Willys-Overland: como o Jeep e a Rural passaram para as mãos da Ford no Brasil

Marca norte-americana comprou a Willys do Brasil quando ela desenvolvia o projeto do Corcel e passava por dificuldades financeiras

Há quase 60 anos, em outubro de 1967, a Ford comprava a Willys-Overland do Brasil. Era uma estratégia para continuar forte no mercado brasileiro que estava em pleno crescimento na época. Com a compra a Ford levou os clássicos Jeep e Rural e um de seus projetos de maior sucesso: o Corcel.

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Foto: divulgação

A Willys chegou ao Brasil em 1952 e possuía fábricas em São Bernardo do Campo e Taubaté (SP). Se estabeleceu na década de 50 com a linha de caminhonetes Rural, o Jeep tradicional e o Gordini. Depois a marca desenvolveu a linha Aero-Willys e em parceria com a Renault desenvolveu o Willys Interlagos.

Quando a Ford comprou a Willys, a marca estava desenvolvendo o “Projeto M”, que resultaria em uma linha de carros para substituir o Gordini. O projeto M foi tocado também em parceria com a Renault e foi durante seu desenvolvimento que a marca entrou em uma crise financeira, o que resultou na negociação com a Ford.

O resultado foi que a Ford assumiu toda a linha da Willys e resolveu concluir o “Projeto M”. Dele resultaram o Corcel e a Belina de primeira geração, grandes sucessos da época.



Quando houve o anúncio da compra da Willys pela Ford, a marca norte-americana teve que investir em publicidade para desmentir algumas informações que acabavam gerando algum pânico. Primeiro, para tranquilizar os compradores da marca antiga, que a Ford não iria descontinuar a linha Willys ou fechar concessionárias. Segundo, que não iria fechar fábricas, como a de Taubaté, no interior de São Paulo. Por dois anos a Ford publicou em jornais impressos anúncios como este:

Reprodução: Jornal OGlobo

O objetivo da Ford ao comprar a Willys era se consolidar como líder de mercado em vários segmentos, absorver a rede de concessionárias e entrar em faixas de mercado onde ainda não atuava.

Como ficou a Willys na era Ford?

A Ford seguiu produzindo os modelos da Willys pelos anos seguintes. Tirou da linha imediatamente o Gordini, que já sofria para vender algo perto dos concorrentes mais modernos e mudou o programa de consórcios Willys para “Consórcio Ford”.

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O Projeto “M” da Willys resultou no Ford Corcel lançado em 1968. Ele ficou em linha até 1986. A perua Belina chegou em 1970 e ficou até 1991.

O Aero-Willys ficou em linha até 1971 e foi descontinuado. Apesar disso, em 1969 ele recebeu algumas atualizações no sistema de freios, bloco do motor e suspensão. Passou a compartilhar mais peças de acabamento com o Itamaraty.

A Rural ficou em linha até 1977 e o Jeep “raíz” ficou em linha até 1982. Ambos eram produtos desenvolvidos sobre o projeto do Jeep de guerra, desenvolvido pela Willys na época da Segunda Guerra mundial para atender aos americanos. A Rural foi recebendo atualizações e versões com melhor acabamento interno. Por fim, a picape Jeep (F-75) ficou em linha até 1981.

Dois anos depois que a Ford assumiu a Willys brasileira, a parte norte-americana da Willys foi assumida pela AMC – a American Motors Company – que em 1987 passou para o controle da Chrysler.

Publicada originalmente em

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