A venda de elétricos e híbridos bateu recorde no Brasil nos primeiros quatro meses de 2020. Foram 7.290 unidades emplacadas no quadrimestre, 30% a mais do que no mesmo período de 2020.
A preferência ainda é escalonada, ou seja, primeiro por veículos híbridos (53%), depois híbridos plug-in (41%) e em menor quantidade os 100% elétricos (6%). O crescimento foi puxado pelo mês de abril, que bateu recorde de emplacamentos: 2.708 unidades, 1,6% de todas as vendas de carros no país.
Os números animaram a ABVE – Associação Brasileira de Veículos Elétricos, que prevê fechar o ano com 28 mil vendas, 42% a mais do que em 2020, que já tinha sido o melhor ano em comercialização.
Ainda assim, é pouco, é bom frisar. Se no Brasil a venda de elétricos e híbridos representa apenas 1,6% de todo o mercado, a média global está em 5% e a média europeia já caminha em 20%, com forte tendência de alta.
Brasil a passos lentos
São muitos os entraves para o Brasil não crescer como o restante do mundo. Ainda são poucos os eletropostos espalhados pelo país (e quase todos se concentram no Sudeste), pelos próximos três anos ainda será caro fabricar um elétrico e não há incentivo fiscal para a massificação, o que torna o preço do eletrificado inalcançável para a maioria da população.
Hoje, o modelo híbrido mais barato do país, o Toyota Corolla Hybrid, custa R$ 146 mil. Os 100% elétrico mais em conta são o acanhado JAC iEV20 e o sedã Chery Arrizo 5e, que saem por R$ 160 mil. É demais.
A esperança é que os governantes daqui façam a mesma leitura do que já ocorre lá fora. O carro a combustão está fadado ao fim (ainda que demore décadas), o meio ambiente vai pressionar cada vez mais um mundo sem emissões de carbono e, atrasar a discussão, será atrasar o país (ainda mais) em relação ao mundo.
Na contramão da média, no último dia 12 de maio a Câmara de São Paulo destravou uma lei que isenta o pagamento de IPVA para quem possui carro elétrico e já contribui com IPTU na capital paulista. Basta um mesmo morador possuir uma casa e um carro elétrico no nome dele para conseguir a isenção. A lei já existia desde 2014, mas nunca saiu do papel por causa da burocracia. Vamos ver se agora anda.