O último contato do Papa Francisco com fiéis contou com a presença de seu mais novo papamóvel, entregue pela Mercedes em dezembro de 2024. Francisco circulou pela imediações da Basílica de São Pedro, em Roma, neste domingo de Páscoa a bordo do Mercedes G 580 EQ de motorização elétrica.
Com bateria de 116 kWh, a potência combinada dos de seus quatro motores chega a 587 cv, com torque de 118,5 kgfm. O modelo pode ir de 0 a 100 km/h em 4,6 segundos e sua velocidade final é de 180 km/h, embora ele nunca tenha chegado nem perto disso. No texto de divulgação do modelo, ele foi descrito como “adaptado às velocidades particularmente baixas necessárias para aparições públicas”.

O papamóvel se tornou um símbolo importante do pontificado moderno. Sua origem remonta ao final dos anos 1970, quando o Papa João Paulo II, conhecido por sua abordagem próxima ao povo, passou a usá-lo para interagir com fiéis durante visitas pastorais e grandes eventos.
Desde então, o papamóvel evoluiu em design e segurança, refletindo tanto as necessidades de proteção quanto o desejo de manter a conexão entre o Pontífice e os católicos.
A relação dos Papas com o papamóvel vai além do utilitário. João Paulo II, por exemplo, era frequentemente visto abençoando multidões e acenando enquanto percorria ruas e estádios. Bento XVI, embora mais reservado, também utilizou o veículo em suas viagens apostólicas, mantendo a tradição, incluindo aqui no Brasil.
Já o Papa Francisco, conhecido por sua simplicidade, optou por modelos mais modestos e abertos, reforçando sua imagem de acessibilidade e humildade. Ainda assim, seu último papamóvel não era um qualquer.

A evolução do papamóvel também reflete as mudanças nos tempos. Os primeiros modelos eram conversíveis simples, mas, após o atentado contra João Paulo II em 1981, passaram a ser blindados, ainda que com vidros transparentes para permitir a visualização do Papa.
O atual modelo incluiu plataformas elevatórias para facilitar o acesso do Pontífice, que tinha mobilidade reduzida devido à idade. Além do aspecto prático, o papamóvel cumpre um papel simbólico na liturgia e na comunicação da Igreja.
A Mercedes-Benz fornece carros para os dignitários do Vaticano há quase 100 anos, tendo alguns destes veículos exibidos na Santa Sé ou no museu do fabricante em Stuttgart, Alemanha.