As primeiras baterias de carros elétricos tinham uma particularidade interessante: você podia substituir as células desgastadas facilmente, apenas desmontando uma parte planejada pela fabricante. Manutenção simples e relativamente barata, tudo muito lindo. Mas as fabricantes nem sempre querem que tudo seja fácil.
A Tesla decidiu mudar o esquema de manutenção em suas novas baterias, que equipam os últimos Model Y. Mais densas e de maior capacidade por um lado, por outro elas não permitem mais as trocas pouco invasivas de suas antecessoras. É o que constatou o canal americano Munro Associates, especializado em engenharia reversa de carros elétricos.
Os integrantes do canal decidiram abrir a bateria e descobrir como ela é por dentro. Foram dois dias de trabalho e uma conclusão frustrante: não foi possível chegar nas células.
A primeira dificuldade foi abrir a cobertura metálica que envolve a bateria. Eles só conseguiram após danificá-la seriamente. E após abri-la, a surpresa. Toda a parte interna fica envolta por uma resina rosa altamente pegajosa.
A resina tem duas funções importantes, eles concluíram. A primeira é que ela é uma espécie de cimento que garante rigidez na estrutura da bateria. E a outra é que ela ajuda a resfriar a peça, garantindo o tão necessário equilíbrio térmico.
Apesar de sua função importante, é justamente a massa rosada que impede o acesso às células outrora substituíveis. Mas isso em nenhum momento deve ter tirado o sono dos engenheiros da empresa de Elon Musk. A empresa irá faturar uma bolada em caso de troca de todo o componente. A empresa, aliás, vem sendo acusada de cobrar muito caro pelo seu pós venda – até 4 vezes mais do que mecânicos independentes.
A substituição de componentes todos, em vez de partes ou refis, é tão mais lucrativo que empresas como a Apple já o colocaram em prática há tempos. Em alguns casos, o cliente acaba saindo das lojas levando um novo Iphone em vez de consertar o modelo que simplesmente arriou a bateria.