A Fiat vai reformular sua linha na Europa e o Brasil também participará desta renovação. Algumas revelações sobre o futuro da marca foram publicadas pelo site inglês Autocar, que entrevistou Olivier François, o CEO da Fiat.
Ao longo dos anos a Fiat praticamente se dividiu entre uma linha exclusiva para a Europa e outra para o Brasil. Atualmente apenas o Fiat 500 elétrico é um carro comum às duas linhas e isso não é mais um desejo da marca. Desde que se fundiu com a Peugeot e gerou a Stellantis, a Fiat estabeleceu que quer produtos similares nos mercados onde atua.
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Significa basicamente que produtos muito diferentes só existirão se forem imprescindíveis para o mercado local, como é o caso da Toro e da Strada, que fazem sucesso no Brasil e devem ter novas gerações, mas considerando sempre um padrão da linha.
Na Europa a marca já lançou o Fiat Grande Panda que tem versões híbrida e elétrica. Ele chegará ao Brasil no ano que vem com algumas mudanças e deve ter um novo nome, que ainda não foi definido. Há apostas para a volta do nome Uno e também para um “Novo Argo”. Com isso o novo modelo deve substituir de fato o Argo atual.
Sobre o Mobi ainda não há uma pista sobre o que a marca pretende fazer. Isso porque qualquer novo modelo que chegue não terá condições de manter a faixa de preços do Mobi, que já não é baixa, e isso importa muito para o mercado brasileiro.
O que se sabe, ainda segundo o que foi publicado pelo site Autocar, é que pelo menos a Europa terá novas versões do 500 e do Panda (que atualmente tem visual defasado, é chamado de ‘Pandina’ – Pandinha para os italianos – e está posicionado abaixo do ‘Grande Panda’ que citamos acima). Assim, estes seriam também candidatos para virem ao Brasil e, no caso do ‘Pandina’, substituir o Mobi lá na virada para o ano 2030. Aqui pura especulação, mas a real é que o Mobi deve ficar no mercado por mais alguns anos.
Fiat 500 terá ajustes agora e nova versão em 2029
O 500 continua sendo um carro mais nichado. A Fiat deu um passo em falso com ele ao torná-lo 100% elétrico. O resultado é que não há vendas suficientes como a marca planejou e agora a Fiat trabalha no relançamento do 500 em sua versão híbrida. Ainda com essa correção de percurso, um novo Fiat 500 está previsto para 2029.
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Pulse e Fastback
Pulse e Fastback não tem similares na Europa. O Fiat 600 até faz as vezes de SUV compacto na Europa, mas não tem qualquer relação com o modelo nacional. A dupla brasileira deverá sim ter similares na Europa em 2027 e eles posteriormente devem chegar por aqui para substitui-los.
Os nomes destes modelos ainda não são confirmados. No Brasil eles deverão manter o nome Pulse e Fastback, mas na real eles serão versões maiores do Grande Panda. Esses modelos estão sendo chamados de “Giga Panda” e “Panda Fastback”, mas há possibilidades de o “Pulse europeu” ressucitar o nome “Múltipla”. Esses veículos terão como alvo o público que hoje compra o Fiat Tipo, que será novamente aposentado.
Na parte mecânica os futuros produtos deverão ser todos com as plataformas híbridas, utilizando os motores turbo 1.0 e 1.3 que já estão presentes na linha atual. São motores ainda novos e totalmente adaptados às plataformas que a Stellantis trouxe ao Brasil para veículos híbridos de diferentes níveis.
Toro e Strada seguem, mas ganharão novo visual
Mencionado pelo CEO, a marca deverá ter um limite de produzir veículos de até 4,5 metros de comprimento e usar ao máximo uma gama de cores alegres (a linha comercial da Fiat ficará de fora desta regra). Até aí isso seria um problema apenas para a Toro, que tem quase 5 metros. Aí é que teremos uma exceção. A Toro deve passar por uma transformação pelo time brasileiro da Fiat e seguir à venda. Não há previsão que a picape seja vendida na Europa.
Uma versão picape do Grande Panda deverá substituir a Strada, que provavelmente usará o mesmo nome, dado que hoje o modelo é um fenômeno de vendas da Fiat.
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Também há a possibilidade de um modelo inédito, como uma misteriosa versão “Camper” que já fo apresentada em divulgações da Fiat como um conceito (foto abaixo). É outro ponto que ainda precisa de mais informações da Fiat.
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Futuro duvidoso para o Cronos
O CEO também deu algumas pistas sobre alguns outros passos que a marca poderia ou não dar. Ele disse, por exemplo, que não passa pela cabeça da Stellantis construir modelos de marcas diferentes que rivalizem entre si. Assim, no Brasil a Fiat deverá se alinhar à Citroën e à Peugeot para que os modelos atuem em faixas e entre públicos diferentes. A saída do atual Argo, por exemplo, deve dar mais espaço para o Peugeot 208.
A marca não tem um sedã planejado a curto prazo. Assim, o Fiat Tipo atual dará adeus ao mercado sem ter dado a cara no Brasil. E o Cronos virou uma incógnita, já que não há um sedã derivado do Panda. É algo que a Fiat ainda precisa se pronunciar.
A limitação de tamanho dos veículos da linha Fiat também aponta que não há qualquer chance da Fiat ter um SUV maior, como foi o Freemont no passado. Esse papel caberá à Jeep.