Na penúltima semana de novembro a picape Fiat Strada bateu a marca de 100 mil veículos vendidos e emplacados em 2022 e caminha para fechar o ano na primeira posição. O segundo colocado é o Hyundai HB20, com cerca de 15 mil unidades a menos emplacadas.
Os números de vendas de 2022 indicam uma estabilidade em relação ao ano passado e a projeção é de leve crescimento. Isso não é bom, visto que o mercado nacional ainda não recuperou a força de vendas anterior à pandemia. Os motivos são claros e já falamos aqui no Turboway: preço dos produtos, dificuldade na produção e instabilidade econômica.
A Strada tomou a liderança do Onix em 2021. Antes o carro da Chevrolet havia batido a marca de carro mais vendido do país por seis anos consecutivos. A liderança foi assumida pela Fiat ainda com o antigo modelo da Strada e foi ampliada em 2022 com o modelo atual.
Hyundai HB20
Apesar desta liderança, a segunda posição também merece grande destaque. É que a Hyundai conseguiu disparar nas vendas ainda com a versão anterior do HB20 e este ano vem disputando mês a mês a liderança. Em outubro, por exemplo, o hatch dos sul-coreanos ficou na primeira posição emplacando quase 600 unidades a mais que a Strada.
Com o HB20 a Hyundai conseguiu se consolidar na quarta posição entre as montadoras que mais vendem carros no Brasil. Assumiu a posição histórica da Ford, que decidiu encerrar suas atividades como fabricante no país e agora só trabalha com importados.
E a Hyundai conseguiu fazer isso com uma operação enxuta. É que a montadora fabrica apenas o HB20, HB20S e Creta no país. São eles os responsáveis pelos números expressivos de venda. O restante da linha é importada e está a cargo da Caoa, que tem um acordo antigo com a Hyundai.
O que esperar para 2023?
Fiat e Hyundai vão muito bem. A Chevrolet, mesmo sem o Onix com a força que vinha anteriormente, mantém a segunda posição no mercado brasileiro e no ano que vem promete “ligar o turbo”. Chegará com a nova Montana, concorrente direta da Fiat Toro e está investindo em publicidade para consolidar o modelo.
A Volkswagen vem em terceiro e veremos como a marca se comportará em 2023. É que o Gol, principal produto, está sendo aposentado e a marca aposta em um produto mais competitivo tecnologicamente, que é o Polo Track. Polo, no entanto, não é Gol. Vamos saber em 2023 se a VW conseguirá transformar o Polo em uma marca forte como foram Gol e Fusca.
Um grupo que deve estar com o alerta ligado é a Renault. A empresa vem perdendo sua relevância no mercado e tem apenas Kwid entre os 20 mais vendidos, ainda assim bem atrás de seu concorrente direto, o Fiat Mobi.
Com o fim da linha Sandero a marca vai apostar em SUVs e elétricos. O problema é que o Duster, o SUV mais popular da marca, vende pouco. Foram pouco mais de 20 mil unidades até novembro de 2022. Para 2023 a missão da Renault é virar esse jogo.
Também teremos novas marcas no mercado em 2023. A chinesa Great Wall vai iniciar suas operações com uma fábrica no Brasil. A marca montou um time com talentos vindos de outras marcas. Além dela, a BYD está expandindo suas operações e também deve iniciar operação no Brasil.
