Tudo bem que a China tem sete vezes a população do Brasil. Mas quando a gente olha para os dois mercados de carros, sente que a diferença entre os países é ainda maior. No primeiro trimestre de 2023, os chineses venderam 1,5 milhões de modelos elétricos e eletrificados. É o mesmo número que o Brasil conseguiu ao longo de todo o ano de 2022, entre todos os modelos a combustão produzidos aqui.
É inegável que a China está muitos passos à frente na eletrificação da frota. Mesmo Estados Unidos e Europa se assombram com a velocidade com que as coisas andam no país asiático, a ponto de quererem criar barreiras para evitar uma expansão para além das fronteiras ocidentais. Ainda assim, os chineses exportaram 775 mil elétricos no trimestre, alta de 87% em relação ao mesmo período de 2022.
Enquanto a Europa discute datas para acabar com os veículos movidos a combustão, a China vai lá e faz. Não tem conversa, não tem burocracia. O plano de metas é colocado em prática a cada minuto.
De cada 100 carros que saem das fábricas chinesas, 59 já são eletrificados. E 28 são de modelos puramente elétricos. É muito mais do que a Alemanha, segundo país do mundo mais avançado em eletrificação, consegue. Os alemães estão na marca dos 18% de elétricos vendidos, graças a lançamentos que deram certo como a família ID da Volkswagen e a chegada dos modelos Tesla.
Chama a atenção também que os números na China não param de subir, mesmo o governo tendo retirado os incentivos fiscais para aquisição de elétricos. O benefício dado para dar um empurrão no consumo já tinha cumprido o seu papel.
A marca que mais vende no concorrido mercado chinês é a BYD, com 440 mil unidades no primeiro trimestre. A essa altura do texto é mais do que injusto voltar a fazer comparações com o Brasil. Mas vamos para uma última humilhação. No mesmo período de janeiro a março, a Fiat, nossa marca número um em vendas, comercializou pouco mais de 96 mil unidades.