A Rússia segue se virando para conseguir manter seu mercado automotivo ativo. Após a grande debandada de marcas, as que ficaram no país, todas russas, não estão conseguindo produzir e entregar modelos no mesmo nível de procura dos compradores locais. A saída tem sido importar usados do Japão.
Por causa do ataque à vizinha Ucrânia, os russos passaram a sofrer sanções de todos os tipos. Não estão conseguindo, por exemplo, peças ou matérias-primas para produzir partes dos carros. É comum no mundo globalizado um carro ser fatiado por países, ainda que maior e em menor quantidade, dependendo do lugar. A Rússia não conseguiu, pelo menos por enquanto, se tornar 100% autônoma.
Quando é assim, os importadores entram em ação. A China é o maior fornecedor de veículos zero quilômetro para a Rússia. O problema é que o russo não está conseguindo adquirir modelos novos chineses devido aos altos valores. Em 10 meses, os preços subiram 10%, em média.
Já os japoneses conseguem um preço camarada para se livrar de um alto estoque de modelos antigos que já não tem serventia. Em geral, o japonês não fica muito tempo com seus carros e os veículos usados acabam lotando pátios de portos, à espera de embarques para outros países menos favorecidos.
O destino destes usados costuma ser o sudeste da Ásia ou os países latino-americanos com acesso ao Oceano Pacífico, mas agora a Rússia entrou na jogada. 76% do que a Rússia importou de usados este ano veio com emblemas japoneses.