São Paulo pode ter 500 carros voadores em 15 anos, afirma executivo do grupo Embraer

Com viagem custando 20% de um voo de helicóptero, serviço de transporte por carros voadores deverá ser real em pouco tempo.

Para quem assistiu a trilogia De Volta para o Futuro, a cena é familiar: carros decolando e pousando nas ruas em ritmo frenético; rodovias aéreas sobrecarregadas pelo excesso de carros voadores. Trânsito.

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As cenas mostradas no filme voltam à mente quando nos deparamos com a seguinte notícia: em 15 anos, São Paulo terá de 400 a 500 carros voadores ativos na cidade. A declaração foi feita pelo CEO da Eve, empresa do grupo Embraer, focada em desenvolver os carros aéreos.

Mas antes que muitos se animem (ou desanimem com o trânsito aéreo), é bom deixar claro. Não vai ser aquele caos do filme, pelo menos no início dos carros voadores. Em De Volta para o Futuro temos o que os críticos de arte chamam de licença poética de diretor e roteiristas. Mas como será, então?

Para uma cidade com uma frota de 7,6 milhões de carros, 500 eVTOLs – como são chamados os futuros carros voadores – soa como um número muito baixo. É que não dá para comparar os dois modais, porque simplesmente eles (ainda) não são iguais, mas complementares.



O principal uso dos carros voadores será como serviço de transporte. É como se fosse um Uber com asas. Uma pessoa poderá pegar o carro aéreo na Av. Faria Lima e chegar ao aeroporto de Guarulhos em apenas 20 minutos. De carro comum, essas rota costuma demorar mais de 1h, mesmo com trânsito bom.

Hoje em dia é possível fazer esse trajeto rápido via helicóptero, mas é inacessível à maioria das pessoas. Um voo de eVTOL custaria 20% do valor de um helicóptero. Ainda é alto, mas o público alvo seria ampliado, sem dúvida. Sem contar o ganho ambiental. Os carros voadores não emitirão gases poluentes nem ruídos. Os helicópteros são o oposto disto.

Outra vantagem é o relativamente baixo investimento em infraestrutura. Os carros voadores irão utilizar os helipontos já existentes na capital paulista. Provavelmente novos deverão ser construídos, mas provavelmente menores.

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O modelo da Eve será para quatro passageiros e mais o piloto, atingirá 250 km/h e terá autonomia de 100 quilômetros. De olho no mercado, a Halo, líder em operações de táxi aéreo e helicópteros nos Estados Unidos e no Reino Unido, já fez uma encomenda de 200 eVTOLs. As primeiras devem ficar prontas já em 2026. No total, a Eve possui 1.800 encomendas no mundo todo.

A Azul é outra empresa do setor aéreo de olho na novidade. Ela encomendou da alemã Lillium, concorrente da Eve, 220 aeronaves. A Azul ficou tão interessada nos modelos, capazes de levar 7 passageiros a 280 km/h e 250 km de autonomia, que ela comprou parte da empresa.

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