Sediado na terra do automóvel, o Salão de Detroit já foi um evento imperdível para amantes de carros. Mas a edição de 2025, de 10 a 20 de janeiro, ligou um sinal de alerta entre as montadoras. O evento perdeu 500 mil visitantes em poucos anos e virou uma decepção. Os motivos são muitos.
Um dos principais é a falta de novidades. O Detroit Auto Show 2025 trouxe, por exemplo, apenas dois modelos Ford novos. O público teve a chance de conferir de perto o Ford Mustang RTR e o Ford Mustang GTD Spirit of America. E só.
O que mais explica o Salão de Detroit ir de um público de 774 mil pessoas em 2019 para 275 mil em 11 dias na edição de 2025? As montadoras decidiram que Detroit não vale mais o esforço.
As empresas julgam como caros os salões de automóveis, mas o fazem por entender que eles ainda são necessários para alguma divulgação. Alguns deles, como os de Paris, Genebra e Pequim ainda recebem mais esforços. Outros, como o de Detroit, são tocados com esforço mínimo, digamos assim.
Soma-se a isso o próprio declínio de Detroit. A cidade-berço das montadoras americanas já não é mais um local procurado para se viver e trabalhar. A cidade que já teve quase 2 milhões de habitantes nos anos 1960, hoje tem apenas 600 mil habitantes e convive com a pobreza e o abandono de bairros completos.
Ainda assim, o Salão de Detroit superou por pouco o público de Chicago, ocupando assim o título de maior salão dos Estados Unidos. Ainda assim, é metade do público do Salão de Paris, que tem 4 dias a menos de duração.
No Brasil, teremos a volta do Salão de São Paulo em novembro de 2025, após um hiato de 7 anos. Em 2018, 742 mil pessoas visitaram o evento, nível comparável aos anos de ouro de Detroit e Chicago.
Na internet, o público reclamou do que vê nos eventos americanos. “Eu me lembro de ir ao Salão do Automóvel de Chicago há dois anos e metade do espaço era ocupado por pistas de teste das marcas que compareceram”, disse um frequentador do Reddit.
De fato, em Detroit, de 500 carros expostos em 2025, 150 foram de fãs e modders de veículos. Para evitar espaços vazios, o Exército americano e até a Agência Polonesa de Investimento e Comércio ajudaram a preencher as áreas ociosas do evento.
