Renault entende que é subvalorizada e prepara nova fase no Brasil

Principal executivo da marca diz que novos produtos, mais refinados e provavelmente mais caros, devem chegar ao Brasil em breve.
Renault Mégane E-Vision
Luca de Meo é o CEO da Renault e está há pouco mais de um ano a frente da empresa. Ao fundo o Megane E-Vision, disponível na Europa.

Em evento de divulgação da marca realizado nesta quinta-feira (6), a diretoria da Renault revelou que a marca passará por um reposicionamento no mercado latino. A marca entende que está subvalorizada em países como Argentina e Brasil e que deve elevar a qualidade de seus produtos para se posicionar em um segmento acima, como tem se posicionado sua concorrente direta, a Peugeot.

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O CEO da Renault, Luca de Meo, disse que a linha disponível no Brasil deve passar por renovação. “Existe uma visão muito clara: nós vamos elevar a Renault a um novo patamar. Vamos ter novos produtos a partir de 2023 e 2024 e vocês podem esperar que a Renault se torne uma marca de valor agregado, até porque não queremos tratar o Brasil de maneira diferente do que fazemos com outros mercados na Europa”.

Segundo Luca de Meo, o mercado da América do Sul pode servir de experimento para novos produtos da marca no mundo. “Ofereceremos produtos de grande qualidade. Não queremos tratar o Brasil diferente do modo como tratamos o mercado europeu”, declarou. Um desses produtos poderia ser o Bigster, um SUV fabricado pela subsidiária Dacia, posicionado acima do Duster.

Dacia Bigster é um SUV que se posiciona acima do Duster (Foto: Dacia)

Novos projetos

Renault Arkana, veículo lançado recentemente na Europa (Foto: Renault)

A presidência da Renault já tinha comentado sobre essa subida de patamar na América do Sul após apresentar os resultados negativos históricos do ano passado. Em todo o planeta a empresa teve um rombo de R$ 51 bilhões. Esse rombo foi puxado principalmente pela Nissan, braço do grupo que está em forte crise.



Na ocasião foi comentado que a empresa daria preferência a veículos de maior valor, que rendem maior margem de lucro. Projetos do novo Sandero e Logan foram congelados temporariamente.

Pelas declarações dadas nesta quinta-feira, esses projetos devem sim chegar ao Brasil, porém com acabamento mais refinado e, como consequência, preço maior. Significa dizer que a Renault provavelmente tentará elevar a qualidade dos carros para convencer o consumidor que um Sandero é uma alternativa ao Peugeot 208 e não ao Gol, por exemplo. Missão difícil.

Outro ponto tratado na apresentação é que a empresa acredita que até o fim da década 90% das vendas serão de veículos elétricos ou híbridos. Na Europa a empresa já apresentou versões híbridas de modelos como o Mégane e o Zoe lidera as vendas em vários países. No Brasil a empresa não fabrica carros elétricos e ainda não sinaliza quando vá fabricá-los. Por enquanto importa o Zoe, que apesar do acabamento simples custa mais de R$ 200 mil.

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O primeiro veículo desta nova “fase refinada” da Renault chegará em breve em toda a Europa. É o Renault Arkana, um SUV cupê que terá opção de motorização híbrida. Na Europa o veículo custará cerca de 30 mil Euros – quase R$ 200 mil. Apesar dos comentários sobre o Brasil, nada ainda indica que o Arcana será vendido por aqui.

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