Renault devolve a Lada aos russos por irrisórios 7 centavos

Montadora originalmente russa fazia parte da Renault desde 2008, mas a guerra na Ucrânia mudou novamente a história da fabricante

Desde o início da guerra na Ucrânia temos falado aqui sobre o pepino que o conflito se tornou para as montadoras europeias e norte-americanas. Volkswagen, Ford e Stellantis possuem acordos com empresas russas e a Renault era a dona da Autovaz, que no Brasil chegou a vender os carros Lada nos anos 90.

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A Renault já havia se manifestado no mês passado informando que estudava o destino de seu braço russo. Agora a agência de notícias russa Interfax informou que a Renault transferiu seus 68% de participação na Autovaz para uma estatal russa. O valor da transação: 1 rublo, ou 7 centavos de real. O prejuízo com a operação é estimado em R$ 16 bilhões.

A Renault tinha duas fábricas e contava com 45 mil empregados na Rússia produzindo veículos Renault, Nissan e Lada. Agora toda esta estrutura é problema apenas do governo russo.

A partida da Renault não está relacionada diretamente à um boicote aos russos, mas uma consequência dos bloqueios financeiros que os europeus fizeram ao país. Com esses bloqueios a Renault ficou praticamente impedida de gerenciar sua subsidiária. A agência russa informou ainda que no acordo a Renault terá prioridade na recompra da empresa em até seis anos.

A Renault não comentou sobre a transação. As informações são da Agência Reuters.

Novos donos, produção parada

A Lada agora tem dois donos: as russas Nami e Rostec, e as duas são empresas estatais. Para continuar produzindo seus veículos a Lada terá que transpor os bloqueios comerciais e econômicos: seus veículos (e isso inclui o jipe Niva que até hoje é produzido) são dependentes de peças estrangeiras.

Os problemas das montadoras em solo russo tem mão e contra-mão: ao mesmo tempo que elas levam carros prontos para vender lá, elas também compram produtos russos para fabricar os carros. Desde o início da guerra e dos embargos à Rússia essas empresas tiveram que procurar alternativas. A maioria delas encerrou contrato com os russos.

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