Depois de anos de crise com os airbags Takata, a indústria automotiva tem outro desafio pela frente. As montadoras vão ter que trocar airbags de outras duas empresas, por motivos parecidos: os equipamentos podem falhar e causar mortes. O governo americano prepara recall que pode atingir até 52 milhões de veiculos.
A decisão é da NHTSA, agência americana equivalente ao Senatran (antigo Denatran). Estão envolvidos equipamentos das empresas Delphi e ARC, que equipam modelos de 12 montadoras: BMW, Ford, GM, Hyundai, Kia, Maserati, Mercedes-Benz, Porsche, Stellantis, Tesla, Toyota, e Volkswagen.
A NHTSA havia suspeitado de alguns acidentes ocorridos desde 2016, com modelos equipados com airbags das duas empresas. Após investigação, a agência concluiu que um problema na solda que prende o inflador pode gerar um resíduo metálico que pode impedir a inflagem da bolsa. Sob pressão, o pedaço metálico pode estourar para dentro do carro, causando ferimentos nos ocupantes.
Ao todo, uma pessoa morreu e outras sete ficaram feridas. O último acidente foi este ano, envolvendo um Chevrolet Tranverse. Até por isso, a GM foi a primeira a anunciar recall do componente envolvendo 1 milhão de seus modelos, incluindo carros da Chevrolet, GMC e Buick.
Ainda não houve um anúncio geral sobre os demais recalls. Juntas, as fabricantes de airbags produziram 52 milhões de unidades entre 2000 e 2018, número que pode refletir no total de chamados.
As duas empresas não se pronunciaram. Em maio, durante as investigações, a ARC negou que houvesse qualquer defeito em seus componentes.
Uma audiência pública está marcada para o dia 5 de outubro, nos EUA, para tratar no tema. Modelos importados pelo Brasil podem estar equipados com as peças, mas ainda não há uma estimativa oficial.
