Quem são as chinesas que podem ocupar o lugar da Ford na Bahia?

Governo da Bahia busca uma empresa do setor para negociar e assumir o complexo da Ford em Camaçari, que está sendo desativado pela empresa americana.

A saída da Ford do Brasil despertou o interesse de chinesas em atuar no mercado nacional. Essa entrada começaria pela aquisição da fábrica da Ford em Camaçari, na Bahia. O Governo da Bahia saiu em busca de marcas interessadas no negócio. Quatro chinesas estariam avaliando o negócio: Great Wall Motors, Changan, Gelly e GAC.

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As quatro marcas são conglomerados gigantes chineses e apresentamos cada uma abaixo. A Changan já esteve no Brasil e vendia o utilitário que ficou conhecido como “Chana”, que pretendia abocanhar um mercado de pequenos utilitários já dominado por Fiat, Hyundai e Peugeot. Em 2016 foi embora do mercado nacional porque não conseguiu vendas expressivas.

Changan

A Changan é sócia da Ford na China, onde comercializa o Ford Escort e o Taurus. Importante frisar que na China a Ford possui sociedade com outras marcas, produzindo diferentes modelos em parceria com cada uma. No entanto, a chegada da Changan ao Brasil não terá nenhuma relação com essa parceria.

CS35, da Changan (Foto: Changan)

A atual parceira da Changan no Brasil é o Grupo Caoa, que cogitou assumir a fábrica da Ford em São Bernardo do Campo para produzir veículos da chinesa. Não deu certo o negócio. Se batido o martelo, a Changan virá ao Brasil com seus modelos próprios, que tem uma gama muito parecida com a Chery, comercializando veículos sedã e SUV. O destaque é o CS35, um SUV com características de motorização e tamanho próximas ao Ecosport.

Pode parecer estranho para nós, brasileiros, o fato de uma empresa como a Caoa ter parceria com várias marcas automotivas e concorrer consigo mesma, como é o caso dos carros da Hyundai e Chery montados na fábrica de Anápolis (GO). Porém na China essas parcerias são muito comuns. Como citado acima, a própria Ford monta na China o Territory e a van Transit em parceria com a JMC e vende outros veículos com outras parceiras.

Great Wall

Outra interessada em entrar no mercado brasileiro é a Great Wall motors, a maior fabricante privada de veículos da China e líder nesse país na linha de caminhonetes. Ela possui parceria com a alemã BMW. Great Wall é uma referência à Muralha da China, um dos símbolos do país. A Great Wall está presente nos países vizinhos: Chile e Paraguai já possuem concessionárias.

Haval é o SUV da Great Wall (Foto: Great Wall)

A principal ambição da Great Wall é com picapes. É uma empresa que tem o foco na briga com a Ford em vários mercados neste segmento. Os modelos mundiais da empresa são o Haval H6 e a picape média Série P, que já tem registro no Brasil. Os veículos vendidos na América do Sul são importados da fábrica da empresa na Tailândia, onde comprou a fábrica da GM quando esta resolveu sair daquele país – movimento semelhante ao da Ford por aqui.

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Dois atrativos da picape da Great Wall: a estrutura semelhante às líderes de mercado e a opção para o consumidor customizar seu modelo. A Série P possui variantes a gasolina, a diesel, elétrica e tem um leque grande de cores e acessórios.

A fábrica da Ford em Camaçari desperta atenção especial destas empresas não apenas pela estrutura. É que Camaçari já possui uma rede de fornecedores estabelecida e mão de obra qualificada para este tipo de trabalho. Caso nenhuma empresa assuma essa estrutura, a cidade poderá viver uma tragédia econômica, aliada à crise da pandemia.

Great Wall série P é um dos principais produtos da Great Wall (Foto: Great Wall)

Geely

Assim como a Changan, a Geely já esteve no Brasil e foi embora em 2016. Os modelos da empresa não agradaram os brasileiros e a rede de concessionárias não cresceu como esperado. A empresa estuda há dois anos voltar ao país por meio de uma nova parceria. Já houve conversa em 2019 com o Grupo HPE, que hoje comanda Suzuki e Mitsubishi no Brasil.

Por aqui a empresa já vendeu os modelos EC7 e GC2. Levou anos para vender 1.200 carros, número inexpressivo num mercado como o brasileiro. Mas não dá para menosprezar o fabricante: a Geely é a atual dona da Volvo e da Lotus. Possui ainda ações da Mercedes. Aí o discurso muda, né?

Isso foi o que a Geely vendeu no Brasil até 2016…

Apesar de apostar anteriormente em um genérico do QQ no Brasil, a Geely agora tem outra proposta: SUVs. Zero pessoas surpreendidas com a estratégia dos chineses. Abaixo está o FY11, um modelo da empresa que remete muito ao BMW X4..

… e isso é o que a Geely tem entre seus carros chefe agora (Foto: Geely)

GAC

A GAC Motors talvez seja a mais ambiciosas das chinesas e ainda não teve prioridades para o mercado brasileiro. O foco dela é ter alguma participação expressiva no mercado americano. Os chineses ainda não atuam no mercado americano com marcas próprias. Ao invés disso, os chineses atualmente vendem modelos de marcas já conhecidas, como é o caso da Volvo, citada no tópico acima (Geely).

GAC significa Guangzhou Automobile Group, ou Grupo Automotivo da cidade de Guangzhou. É conhecida pelo seu nível de qualidade, superior a de outras marcas chinesas. Esse nível é resultado de sua associação com as marcas que adquiriu nos últimos anos e a absorção de profissionais de grandes grupos, como GM e Ford.

Para cumprir sua empreitada, a GAC trabalha também com uma linha de SUV e tem como destaque o GS8, um veículo grande que foi desenhado para o gosto do americano. Emplacaria por aqui?

GAC SS8 é aposta da GAC para o mercado norte-americano (Foto: GAC)
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