O primeiro carro com motor turbo foi apresentado nos Estados Unidos pela GM em 1962. São 60 anos da modificação que chegou aos automóveis no Oldsmobile Cutlass e nasceu de uma deficiência percebida durante o desenvolvimento deste modelo.
Segundo conta a história, após criar o veículo a General Motors percebeu que o motor V8 3.5 convencional colocado no veículo não gerava potência suficiente para a proposta do carro.
A GM colocou então os engenheiros para pensar em conjunto com a empresa Garret e assim criaram o motor JetFire V8, com turbocompressor. Apesar de forte, o motor poderia ficar sobrecarregado dependendo de seu uso. Por isso o turbo era acompanhado de um kit de injeção com uma mistura de água e metanol.
Estamos falando do primeiro carro a ter um turbo no motor, mas o turbocompressor não nasceu na indústria automotiva. Ele apenas chegou como uma solução.
Os turbocompressores nasceram no início do século 20 para aumentar a potência de locomotivas e motores de aviões. Com o tempo esses compressores foram ficando menores e mais baratos. Aí chegamos ao Oldsmobile Cutlass de 1962.
Primeiro turbo era mico
O primeiro motor turbo de carro, o JetFire que falamos acima, não era confiável e o sistema com injetor criava uma despesa muito alta para a época. O modelo ficou apenas um ano no mercado e encontrou menos de 4 mil compradores.
O segundo carro com turbo também não teve vida fácil e também nasceu nos Estados Unidos. Era o International Harvester Scout e este durou dois anos. Ele não usava o sistema com injetor, mas ainda assim a empresa não viu vantagem de economia ou rendimento e preferiu colocar um motor convencional no carro nos anos seguintes.
Alemã que deu errado e alemã que deu certo
Depois o turbo voltou a aparecer só em 1973 no BMW 2002. Foi também um fracasso por ter respostas muito demoradas e oferecer riscos de segurança. Também durou um ano.
Até aqui você viu que a única solução seria esconder o turbo e fingir que ele nunca existiu na indústria automotiva. Aí outra alemã mudou a história.
Segundo os registros de 1974, a Porsche lançou o 911 turbo que assumiu o título de carro mais rápido do mundo (o original desenvolvia 200cv e o turbo 260cv). Além disso as modificações no motor não ofereciam riscos aos motoristas e o desempenho falava por si só.
Só a partir deste Porsche o turbo passou a ser associado à potência, alto valor e foi salvo de ficar escondido em algum canto da história.
E o que é o “turbo”?
O Turbocompressor é um equipamento acoplado ao motor convencional de combustão que tem o objetivo de injetar ar com maior velocidade nos cilindros. É uma turbina com hélice que gira a alta rotação.
Primeiro, se você não conhece o funcionamento de um motor, recomendo assistir esse vídeo muito didático do Iberê Thenório do canal Manual do Mundo.
Qualquer motor a combustão precisa receber ar, levar esse ar até uma câmara e misturá-lo com combustível para produzir uma explosão.
O que o turbocompressor faz é injetar esse ar com maior velocidade nesta câmara e assim “acelerar” o processo. Como consequência, um motor pequeno pode ter um desempenho que apenas um motor maior aspirado poderia conseguir.
O turbocompressor acoplado ao motor participa de um ciclo. Ele acelera a injeção de ar, mas ele é movido pelos gases que são descartados pelo motor, que são gerados pelo processo que o próprio turbo ajudou a produzir.