Demissões ocorreriam na Europa, e são vinculadas a uma possível demora na eletrificação.
Uma declaração que veio à tona hoje do presidente da Volkswagen, Herbert Diess, causou certo impacto no setor automotivo. Em setembro, ele afirmou ao conselho de administração da companhia que 30 mil funcionários seriam demitidos se a empresa demorasse muito para fazer a transição para os elétricos. A informações foram publicadas pela Folha de São Paulo nesta quarta-feira (13).
A principal preocupação da gigante alemã é com a Tesla, empresa de modelos 100% elétricos, que pretende ser muito mais eficiente na montagem de carros. A Tesla pretende usar metade da força de trabalho para produzir quase a mesma quantidade de veículos.
Pelos planos da americana, 12 mil funcionários dariam conta de montar 500 mil veículos por ano na Alemanha. A Volkswagen tem 25 mil trabalhadores capazes de fabricar 700 mil modelos na planta de Wolfsburg.
Competitividade é uma palavra sempre presente na Volkswagen. A empresa não pensa duas vezes em enxugar suas operações, sempre que a matriz julgue necessário. A diferença é que essas adequações foram feitas ao longo do tempo, até de décadas, e agora parecem ser mais urgentes.
Além da chegada da Tesla, outra preocupação são as chinesas, sempre competitivas no processo produtivo. Foi o tempo em que as asiáticas eram preteridas por qualidade. Preço é e vai continuar sendo fator determinante para as vendas de carros.
As declarações do presidente caíram como uma bomba no sindicato dos trabalhadores local. A medida foi vista como impensável pelo setor. Há quem faça outra análise e defenda que o presidente da Volkswagen fez pressão com os acionistas justamente para preservar os trabalhadores.
A Volkswagen não deve ser a única preocupada
A Volkswagen vem se preparando para a eletrificação. Já lançou os modelos ID3 e ID4 e prepara uma nova leva de carros de massa. Mas aparentemente ainda é pouco para se manter competitiva na Europa.
Resta saber como as outras montadoras, em diferentes estágios de eletrificação, encaram a chegada da Tesla. Se a Volkswagen, que é a Volkswagen, está preocupada, é de se esperar cenários devastadores envolvendo marcas menores.