Peugeot
208 AT 1.6

Vale a pena comprar um Peugeot 208 com motor 1.6?

Versão 1.6 do carro mais barato da Peugeot no Brasil é lento nas saídas e retomadas, mas tem bom custo benefício e bom acabamento. O visual acompanha a versão europeia e o conforto e acabamento são superiores à maioria dos concorrentes.
Conforto
Desempenho
Consumo
Segurança
Preço
Design
Revenda
Manutenção

Vale a pena comprar um Peugeot 208 com motor 1.6?

Motor 1.6 da Peugeot deve sair da linha do 208 em breve, mas é uma boa opção entre os usados na casa dos R$ 70 mil

Carro desta avaliação:
Peugeot 208 (1.6 AT) – 2022

Quando a Peugeot lançou o 208 com motor 1.0 turbo ficou a dúvida: faz sentido comprar a versão 1.6 – motor aspirado? Faz sentido se estivermos falando de uma opção entre usados, acredito.

O motor 1.6 da Peugeot (aspirado) não empolga no desempenho, mas ele é econômico, o carro é bonito e confortável. Nas linhas abaixo passo a impressão que tive da versão Active em minha visita à Florianópolis (SC).

Peugeot 208 em Florianópolis (SC) (Foto: Renato Fonseca/ Turboway)

O carro tem estilo. Por dentro e por fora a Peugeot dá um tom muito elegante ao veículo, principalmente em relação aos seus concorrentes. Andei pouco tempo antes na versão 1.0 e achei que o acabamento e o conforto estão a frente do que oferece a concorrência. Nesse 208 com 20 mil kms rodados, por exemplo, sem ruídos na cabine. A suspensão é mais um acerto da Peugeot, o carro é macio e não tem batida seca quando mais exigido em obstáculos, por exemplo. Floripa, no entanto, não é um cenário desafiador para um carro.

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Carros franceses ainda sofrem algum preconceito no mercado brasileiro. Logo na chegada por aqui pecaram pela assistência na rede autorizada. A Peugeot melhorou o seu produto e o 208 atual é prova disso. Sobre o atendimento na rede autorizada, se você tem um Peugeot faça um comentário no final desta página.

Central multimídia do Peugeot 208 (foto: Renato Fonseca/ Turboway)

Itens do 208 Active 1.6

A versão 1.6 Active que rodei é ano 2022 e tem pacote intermediário (e ok) de equipamentos. Tem rodas de liga leve, ar-condicionado digital, central multimídia, assistente de partida em rampa. É um carro legal de dirigir, principalmente com a experiência do volante de raio menor utilizado pela marca.

A versão Griffe, no entanto, é a mais completa. É ela que tem aquele teto panorâmico (vidro). O Active tem alerta de fadiga, alerta de colisão, alerta de permanência em faixa. A versão Active não tem chave presencial e usa a velha chave convencional. Ponto negativo para a montadora que quer passar a imagem de ser uma alternativa mais moderna e refinada no mercado.

A central multimídia é ok. O tamanho da tela não afeta em nada, uma vez que as centrais são mais utilizadas para a visualização de mapas. Caso o dono queira ver vídeos ou tv, é necessária a instalação de um módulo ou o uso de apps alternativos no Android. Módulo adicional para ver vídeos na central multimídia não é um produto oferecido pela fábrica.

O carro atende de maneira ok a sua capacidade de 5 passageiros. No banco de trás o espaço não é generoso e o porta-malas leva apenas 265 litros. É um pouco menor do que o de um Volkswagen Up e isso pesa bastante na decisão de muitos compradores.

Na questão de segurança o Peugeot 208 cumpre sua função, com controle de tração, estabilidade, quatro airbags.

E o motor 1.6 do Peugeot 208?

Quando estamos falando da versão 1.6 é preciso pontuar que é um motor já em despedida da linha Peugeot. A marca está equipando sua linha brasileira com os motores 1.0 aspirado e turbo da Fiat. São bons motores, mas e o motor 1.6 da Peugeot? Como fica nisso?

Esse motor tem 16 válvulas e câmbio automático. Não existe versão manual neste 208 desde que foi lançada a versão com esse design. O motor desenvolve até 120cv de potência. O torque é de 15,7 kgfm. É ruim de potência? Não é ruim, mas demora um pouco para a retomada. Considerando que eu rodei por 5 dias com o carro com pouca bagagem e apenas duas pessoas dentro, imagine que mais pesado a situação é ficar mais lento.

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Na ficha técnica do modelo divulgada pela própria Peugeot ele vai de 0 a 100 km/h em 12 segundos. O Chevrolet Onix 1.0 turbo vai de 0 a 100 km/h em 10 segundos. Sim, estou cometendo o pecado de comparar motores turbos e aspirados, mas o objetivo foi comparar produtos na mesma faixa de preço.

O câmbio não traz surpresas ou trancos na troca de marchas. O motorista pode ajustar o modo de direção em botões que ficam do lado esquerdo do volante.

O consumo foi surpresa. Abastecido com etanol ele deveria fazer 7,5 km/l na cidade e 9 km/l na estrada. Esses são os dados divulgados pelo Inmetro. Nos 5 dias a média de gasto foi de 11,3 km/l, considerando que rodamos mais em dias de semana por Floripa e cidades vizinhas, quando há mais pista livre e menos congestionamento. Gasto, portanto, mais compatível com o padrão de estrada.

Vale a pena comprar o Peugeot 208 com motor 1.6?

Vale a pena considerar o Peugeot 208 1.6 como uma opção no mercado de usados. Comprar a versão 1.6 no mercado de 0 km é um desperdício se você levar em consideração que há pouca diferença de preço na versão 1.0 turbo, que é mais ágil e será a versão que ficará substituirá aos poucos o 1.6 aspirado.

Fabricado desde 2020, é possível encontrar versões no mercado de usados por R$ 70 mil. Isso responde a dúvidas sobre a desvalorização da versão atual do 208: ele é reconhecido no mercado como um carro de boa qualidade. Portanto, se você for o dono de um não caia na velha conversa do comprador que quer oferecer bem abaixo da tabela porque “é um carro francês”. Atualmente (2023) o Peugeot 208 com motor 1.6 sai por valores acima de R$ 100 mil, mas lá em 2021 esse carro que hoje é vendido por R$ 70 mil era vendido por R$ 78 mil.

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