A Ford surpreendeu a todos ao anunciar, nesta sexta-feira, 03, a volta dela à principal categoria do automobilismo em 2026. Não será qualquer volta. A montadora irá fornecer motores para a atual campeã da categoria, a Red Bull. Mas o que esperar do retorno da Ford à Fórmula 1?
A Ford esteve presente na Fórmula 1 como fabricante de motores entre 1963 e 2005. A equipe mais notável a usar motores Ford durante esse período foi a Lotus, que venceu seis campeonatos de pilotos e sete campeonatos de construtores. Fora os dois títulos de Schumacher com a Bennetton, em 1994 e 1995.
Os últimos anos na F1, porém, foram sofríveis. A Ford comprou a Stewart no final dos anos 90 e a rebatizou como Jaguar. Após 5 temporadas decepcionantes, a Jaguar foi vendida justamente para a Red Bull, no fim de 2004.
Na época, a fabricante de motores estava enfrentando problemas financeiros e decidiu aproveitar o fiasco nas pistas para concentrar seus esforços em outras áreas. Após uma temporada fornecendo motores Coswort para a RBR, a montadora saiu definitivamente da categoria ao final da temporada 2005.
Agora, 18 anos depois, ela anuncia o retorno, previsto para daqui a 3 anos. Mas por que só em 2026? É que ali começará o novo regulamento de motores da F1. Os propulsores híbridos passarão a usar um novo tipo de combustível, sintético, menos agressivo para o meio ambiente, dentre outras mudanças. Até 2025, a Red Bull fará os próprios motores, rebatizados como Honda.
A mudança de regras, associada ao período de preparação, tornam o anúncio animador para o fã da categoria. A Ford promete entrar de cabeça no projeto, e expertise ela possui. Seja pelos títulos do passado, seja pelo histórico em produzir motores, como o V8 “Windsor”, o V6 “Modular” e o EcoBoost de quatro cilindros.
“A notícia que a Ford está vindo para a F1 em 2026 é ótima para o esporte”, disse o comedido Stefano Domenicali, presidente da F1. O tempo dirá, mas é provável que ele tenha sido conservador nas palavras. A Ford é candidata a ser uma nova dominante do esporte.