O pior papel de uma Land Rover nos cinemas: a ‘Anticristo’ em ‘Os Deuses Devem Estar Loucos’

Filme de 1980 tinha como um dos seus protagonistas um jipinho Land Rover 1955 todo baleado.

Ela não tinha para-brisas, não tinha freio de mão e a porta do passageiro era completamente solta do trinco. Era chamada de porcaria e de ‘anticristo’ por um dos personagens. Era um jipe que ninguém queria ter por perto.

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Ela é uma das maiores marcas de carros do mundo, conceituada dentro e fora da estrada. Seus jipes são desejados em todo o mundo e para muitos é um objeto de ostentação.

A Land Rover Série 1 já fez papelão nos cinemas

Difícil aceitar, mas os dois parágrafos acima se referem à mesma marca de carros, a Land Rover. O segundo parágrafo é o que todos conhecem e concordam. A Land Rover é tudo isso. Mas ela já foi retratada no cinema do jeito descrito no primeiro parágrafo.

Quem assistiu ao filme “Os Deuses Devem Estar Loucos” viu ali um jipe todo acabado, que praticamente dividia o protagonismo das cenas com os personagens principais. Não era apenas um carro. Era uma porcaria caindo aos pedaços.



As principais cenas de comédia tinham o carro no meio, causando alguma vergonha ou preocupação ao protagonista. O veículo tinha até uma pedra como acessório, usada toda vez que o motorista precisasse parar em um aclive – para abrir um portão na estrada por exemplo. Como não podia desligar o motor, porque ele não ligaria mais, o protagonista não conseguia deixar o carro engatado. A pedra era o freio de mão que um dia existiu ali.

A cena da pedra ‘freio de mão’ é uma das mais hilárias

Como o jipe era tão problemático, o protagonista, um cientista que foi a campo coletar amostras para sua pesquisa, levou a tira-colo seu amigo mecânico, que apelidou carinhosamente o veículo de ‘anticristo’. Era ele que recomendava nunca desligar o carro, já que seria um parto para religá-lo no tranco depois.

O modelo em questão era Land Rover Série 1, o maior concorrente do Jeep Willys. Lançado no pós-guerra, em 1948, logo ganhou uma legião de clientes e de fãs.

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Criado para uso rural e em pequenas indústrias, vinha com chassi de aço e corpo de alumínio. O motor 1.6 a gasolina produzia 50 cavalos. O câmbio manual de quatro velocidades vinha com uma caixa de transferência de duas velocidades.

Isso incorporou um sistema incomum de tração nas quatro rodas, com uma unidade de roda livre (usada em vários carros Rover da época). Desta forma, o eixo dianteiro foi desengatado da transmissão manual na ultrapassagem, permitindo uma forma de tração nas quatro rodas não permanente.

Ela tinha um mecânico particular, mas que não era lá muito paciente

Voltando ao filme, o modelo retratado foi fabricado em 1955. A montadora havia feito uma atualização em relação ao veículo de lançamento de 1948. Os farois, que ficavam dentro da grade central, foram para fora e ficaram maiores. Isso trouxe um pouco mais de harmonia.

Como o filme é de 1980, estamos tratando de um carro de 25 anos de uso. Embora muito motorista cuidadoso mantenha bem um carro de 25 anos, é comum, também, vermos alguns modelos baleados pela rua. Era o caso da nossa querida Land Rover de Os Deuses Devem Estar Loucos.

Curiosamente, no mesmo filme havia também o maior rival do Land Rover. O carro dos vilões era um Jeep Willys CJ-6. O modelo foi tratado sem nenhuma peculiaridade. Era só mais um jeep comum.

O carro dos vilões era um Jeep Willys, outro icônico aventureiro

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