A Renault enterrou o nome “Sandero” no Brasil. O carro ainda tem um modelo remanescente que foi rebatizado apenas de “Stepway”, que nada mais é do que o Sandero comum com acessórios “aventureiros”. Esse deve ficar no mercado por mais um tempo e também sumirá em pouco tempo.
A Renault colocará no lugar dele um crossover semelhante ao Fiat Pulse que deve ter um novo motor 1.0 turbo (ainda sem data) e o Kwid reinará sozinho nas concessionárias da marca como uma opção entre R$ 65 mil e R$ 80 mil.
Europeu de baixo custo
O Sandero é originalmente um projeto da Dacia, o braço romeno da Renault que fabrica produtos de baixo custo na Europa. Ele nasceu da terceira plataforma do Clio europeu. Muitos acreditam que o Sandero deu origem ao Logan, mas de fato o que houve foi o contrário. O Logan chegou ao mercado três anos antes do Sandero.
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Chegou em dezembro de 2007 no Brasil na euforia da Renault em disputar uma fatia considerável do mercado de “populares” que ela não conseguia com o Clio. Aliás, no Brasil o Sandero conviveu com o Clio por quase dez anos, com o Clio fazendo o papel que hoje cabe ao Kwid.
A segunda versão do Sandero chegou em 2014 e apresentou alterações importantes no visual interno e externo. Apesar disso o carro continuou se apresentando como uma alternativa mais refinada ao Clio sem ter qualquer refinamento que de fato o justificasse. Plásticos, estofamento, painel, tudo muito idêntico ao irmão mais barato.
Apesar disso é um carro que traz confiança ao motorista, como descrito pelo nosso editor Lucas de Siqueira, que foi proprietário de um Sandero Expression 2016.
Os motores das versões eram sempre o 1.0 16V e o 1.6 8v. Mas o que chegou a animar quem gosta de carros foi a versão RS, lançada em 2015 por aqui. Era a versão “preparada” do carro que recebeu motor 2.0 16V que no passado foi do Fluence GT. No etanol desenvolve 150cv a 5750 rpm, com um bom toque esportivo no visual. O último exemplar ficou com a Renault e está exposto na fábrica em São José dos Pinhais.
Em 2019 a marca deu uma nova mexida no Sandero. A maior diferença estava nas lanternas traseiras, mais parecidas com o Fiat Argo e que não foi adotada no Sandero europeu. O motivo? Os europeus preparavam uma reestilização do carro mais completa.
Sem protagonismo
O Sandero nunca teve uma posição de destaque no ranking de vendas nacional, ele sempre foi um intermediário nas vendas. Teve boa aceitação em alguns nichos de compradores devido ao seu bom espaço interno, construção e manutenção simples. Chegou a emplacar em 15 anos mais de 900 mil unidades. Afinal, porque a Renault decidiu acabar com o Sandero?
A Renault entendeu que boa parte de seu gigantesco rombo financeiro tinha origem em produtos pouco rentáveis. Simplificando: não adiantava vender Sanderos mesmo em grande quantidade se a margem de lucro é pequena.
Esse foi o principal motivo da marca cancelar o investimento para trazer ao Brasil a nova versão do Sandero que já existe na Europa. Decidiu que buscará projetos mais rentáveis.
O nome Sandero se foi e o Stepway ficará entre nós até a Renault apresentar sua nova alternativa abaixo do SUV Duster.
Na Europa porém o carro segue sendo vendido pela Dacia após uma renovada do visual que não teremos aqui. O modelo da Dacia é um veículo de baixo custo para o padrão europeu, ainda assim está muito acima do que a Renault oferece no mercado nacional.