Plantas indianas vão fechar já a partir do fim do ano, com possibilidade de 4 mil demissões.
A Ford anunciou que vai fechar suas duas fábricas na Índia, causando a demissão de 4 mil trabalhadores. É mais um país a sofrer com a má administração da montadora americana. Em janeiro, a Ford anunciou a sua traumática saída do Brasil, alegando prejuízos na operação.
Agora, a Ford aponta um prejuízo de US$ 2 bilhões – cerca de US$ 10,5 bilhões – nos últimos 10 anos de operações na Índia. Em outras palavras, a montadora prefere estancar um prejuízo agora do que tentar contornar, com risco de aumentá-lo. Só com a saída, a montadora deverá gastar outro US$ 2 bi em rescisões e outros encargos.
A montadora chegou à Índia em outubro de 1995, em uma joint-venture 50%-50% com a montadora local Mahindra. Em 1998, a Ford aumentou sua fatia para 72%.
Apesar do mercado indiano ser gigantesco, a montadora nunca conseguiu decolar e atualmente amargava uma fatia de apenas 2% das vendas. Uma nova tentativa de operar em 50% com a Mahindra não surtiu o efeito esperado.
Segundo o comunicado, a fábrica de Sanand irá operar apenas até o quarto trimestre deste ano. Já a fábrica de motores de Chennai, irá funcionar até meados de 2022, já naquele clima de fim de festa.
A empresa alegou que tentou várias saídas, como parcerias e compartilhamento de plataformas. Agora ela tentará encontrar compradores para suas fábricas e diminuir os gastos com a saída.
Quais carros a Ford fabrica na Índia
Assim como no Brasil, a Ford fabrica a família do Ka, mas com outros nomes. A versão hatch se chama Figo e a sedã é o Aspire. Outro modelo conhecido por aqui é o EcoSport, SUV que atende mercados em desenvolvimento.
É da Índia, inclusive, que a Ford Argentina conseguia abastecer o seu mercado com o EcoSport, já que a unidade brasileira interrompeu as entregas, muitas já contratadas.
Não ficou claro o que a Ford fará com o novo EcoSport, que seria lançado em breve no mercado indiano, e que abasteceria outros mercados.
Outro modelo indiano é o Ford Endeavour, SUV maior do que o EcoSport e que custa quatro vezes mais.