Há uma guerra entre os fornecedores e fabricantes de carros elétricos para saber qual modelo sairá vencedor na nova geração de baterias que está chegando ao mercado. Os chineses correm na liderança e as marcas ocidentais correm para apresentar algo semelhante. A aposta indica que em um futuro próximo teremos postos que recarregam quase instantaneamente e baterias que suportarão até 10 mil ciclos de carregamento.

Em março a BYD anunciou uma nova geração de sua família de baterias “Blade”. Segundo a fabricante, agora os carros poderão ser recarregados em até 5 minutos para rodar até 400 quilômetros e sem o risco de pegar fogo. É que a marca ampliou a tecnologia sobre o fosfato de ferro-litio, dispensando o uso de outros metais. Em testes a bateria teria se mostrado muito mais segura e mais barata.
Dias depois do anúncio da BYD foi a vez da CATL anunciar que tem desenvolvido um produto muito melhor que o da BYD. A CATL não fabrica carros, ela é a maior fabricante mundial de baterias e fornece para Tesla, Ford e Volkswagen.
Segundo a CATL, ela agora tem uma bateria que recarrega em tempo similar à da BYD, só que com autonomia de mais de 500 quilômetros, o que o diretor da empresa classificou como “ultrapassar o limite do desempenho”.
Empresas ocidentais estão em estágios diferentes de desenvolvimento. A Stellantis – empresa dona de Fiat, Peugeot e Jeep – anunciou este mês que obteve sucesso em desenvolver uma bateria que carrega em menos de 18 minutos e que colocará uma frota de demonstração utilizando esse dispositivo. Segundo a Stellantis, o produto tem bom custo e é seguro.
Conviveremos com baterias de diversos tamanhos
Se hoje escolhemos um carro pela cilindrada e pelo consumo de combustível, neste futuro próximo vamos olhar a autonomia e o tempo de recarga, este último o principal ponto de reclamação de carros elétricos.
Significa que teremos diferentes tipos de baterias para diferentes usos. Um carro que só roda na cidade para ir de casa para o serviço e vice-versa, poderá facilmente ter uma bateria menor, com autonomia de até 400 quilômetros, o suficiente para rodar a semana toda. Vale pontuar aqui que não é saudável para uma bateria que ela fique muito tempo com energia acumulada e sem atividade de recarga.
Já um carro que faz longas viagens ou um ônibus que roda o dia todo necessitarão da bateria que hoje os chineses testam, com mais de mil quilômetros de autonomia. Este ponto é importante. Países europeus têm ampla rede de transporte e cidades muito próximas uma das outras, o que pede uma bateria menor. Já países como China e Brasil possuem distâncias gigantes entre algumas cidades e muitas pessoas com necessidades de deslocamentos muito longos. Por isso o tópico é muito importante.
Indiscutível que os chineses estão muito mais avançados que seus concorrentes nesta corrida, mas qual é a meta buscada? Segundo a CATL, a meta atual é que nos próximos cinco anos eles apresentem ao mundo uma bateria com capacidade para rodar 2 mil quilômetros com um único carregamento.
Uma bateria com capacidade para 2 mil quilômetros, no Brasil, significa o ônus de gastar cerca de R$ 200 de energia para que ela fique completamente carregada para o bônus de sair de São Paulo para Goiânia e voltar para São Paulo com apenas uma carga.