A falta de chips eletrônicos no mercado foi uma das causadoras da alta de preços dos veículos e acessórios eletrônicos na primeira onda da pandemia de Covid19. Agora fontes do setor apontam que um metal comercializado pela Rússia deve criar um novo cenário desfavorável ao setor e como consequência uma nova disparada de preços.
A Rússia é um grande produtor do elemento químico Paládio, que é um metal que não oxida e um dos principais elementos usados na fabricação de componentes eletrônicos e também na fabricação de catalisadores. A Rússia também produz gás neonio, utilizado na indústria de eletrônicos.
Com as barreiras comerciais impostas pelo ocidente à Rússia, o país terá dificuldade para exportar o produto e isso deverá causar novo desabastecimento no mercado nos próximos meses.
O efeito não será imediato. “Eu acho que podemos ter problema a partir de três meses. E aquilo que a gente imaginava, que chegaríamos à normalidade no ano de 2023 poderá ser adiado pelo tempo que essa guerra levar”, disse Humberto Barbato, presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica à TV Globo.
Uma nova alta galopante de preços dos carros anularia qualquer efeito da redução do IPI, feita em fevereiro pelo governo brasileiro.
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Início da crise, em 2020
Quando iniciou a pandemia várias fábricas de chips pararam pelo planeta. Meses depois, quando retomaram a produção, tiveram que suprir uma demanda gigantesca de chips para diversos tipos de indústrias.
Isso gerou a falta do produto e, no mercado automotivo, a parada das indústrias e a falta de carros no mercado. Houve a disparada de preços.
A indústria previa um ano de 2022 difícil, mas com lenta recuperação. Se houver a falta de matérias primas para a produção de chips, a recuperação pode demorar mais alguns anos.