O devastador incêndio que destrói o que vê pela frente em Los Angeles, California, matando 24 pessoas até esta segunda-feira, causou também impactos econômicos profundos. Para o mercado automobilístico não foi diferente. De concessionárias a seguradoras, todos mergulharam em crise repentina, e que pode demorar a passar.
Apesar de boa parte do fogo ter sido em área residencial, lojas de carros tiveram que fechar as portas, e assim evitar riscos. A queda no volume de vendas e de serviços prestados é notória, e empresas vão ter dificuldade de fechar o mês no azul.
O presidente da California New Dealers Association, espécie de sindicato das empresas do setor, Robb Hernandez, disse que está dando suporte aos socorristas, fornecendo suprimentos como água, comida e máscaras.
Se está ruim economicamente para as lojas, o que dizer das seguradoras? Milhares de veículos foram perdidos nos incêndios e os sinistros explodiram de uma só vez. A conta ainda não chegou, mas vai chegar em breve.
Com tantas apólices para pagar, as seguradoras fatalmente irão subir preços na região. O problema é que o serviço já está numa crescente de preços. Só na California o valor do seguro disparou.
Em dezembro de 2024, portanto antes dos incêndios devastadores, os preços dos seguros já tinha subido 47,8% em relação a dezembro de 2023, atingindo para um perfil médio um valor anual de US$ 2.575 – quase R$ 16 mil. No restante dos EUA, o seguro subiu 15,2% no último ano.
O principal motivo da grande alta dos seguros no ano passado na California foi a quantidade de roubos. A California teve alta neste tipo de crime, que exige pagamento integral da apólice por parte das empresas. Além disso, os carros americanos estão cada vez mais caros de consertar, conforme falamos recentemente, o que também influencia nos preços.
Há um outro fator para pesar no preço dos seguros na California. No começo de 2025, o estado colocou em prática uma lei que aumenta os valores mínimos do seguro. É que o estado exige que o motorista tenha um seguro de responsabilidade civil mínimo, usado para pagar por ferimentos graves em terceiros. Foi a primeira alta neste item, que já é caro, em mais de 5 décadas.