Seguindo a tendência de alta de preço nos veículos, o Honda City sedã já ficou até R$ 9 mil mais caro nas concessionárias desde o lançamento da versão atual, há um ano. A versão mais em conta sai por R$ 115 mil. Vale a pena comprar um Honda City sedã?
O Honda City está no mesmo patamar de preços do Volkswagen Virtus, que em sua versão mais básica já custa R$ 114 mil. É um patamar alto, mas que reflete a realidade atual do mercado de carros zero. O carro da Honda, no entanto, ficou mais bonito, e é mais confortável que seu concorrente da VW.
Quem não é tão familiarizado com o mundo automotivo vai se perguntar: Estamos falando do sedã, mas existe uma versão do City que não seja sedã? O Honda City hatch foi lançado no final do ano passado para substituir o Honda Fit.
City no lugar do Civic
Vale pontuar que o City é o único sedã da Honda no mercado brasileiro atualmente. O Honda Civic era fabricado no interior de São Paulo e teve sua produção encerrada. A Honda informou que passaria a importar o modelo este ano, o que não aconteceu.
O City não substitui o Civic, que é um produto clássico da marca. Muito mais tecnológico e esportivo, a saída do Civic deixou uma lacuna na linha da Honda. Espera-se o Civic de volta, agora importado e em nova versão, em 2023.
Versões
O City sedã atualmente é vendido em três versões. EX, EXL e Touring. Todas são equipadas com o mesmo motor, o 1.5 aspirado flex que rende 126cv.
Esse motor da Honda é uma novidade e tem injeção direta de combustível. Esperava-se que a marca japonesa trouxesse ao Brasil o seu motor 1.0 turbo, mas isso não aconteceu.
Apesar de não ser turbo, o 1.5 do City não fica em dívida em relação aos concorrentes. A economia é boa, os números do Inmetro apontam para um consumo rodoviário de até 15,2 km/l na estrada (gasolina). É um bom motor, vai de 0 a 100 km/h em 10 segundos.
Na questão segurança, o City tem seis airbags. O porta-malas de todas as versões tem o mesmo volume: 519 litros.
Versão EX
R$ 114 mil em novembro de 2022
Entre as três versões do sedã, a mais em conta é a EX, que é considerada a mais básica mas ainda assim tem elementos interessantes que outros sedãs não trazem. Por exemplo, a EX já vem com tela multimídia com interação com o celular sem a necessidade de conexão por fio.
Tem rodas 16″, é automático (7 velocidades) com opções de passagem de marcha com paddle shifts atrás do volante. Tem ainda controle de áudio no volante, piloto automático, destravamento de portas com chave por aproximação. Não tem sensor de estacionamento, nem assistente de faixa.
Resumindo, é o nível de conforto e sofisticação que afasta o Honda City de concorrentes como o Fiat Cronos, por exemplo, que só foi apresentar uma versão automática recentemente (hoje custando R$ 100 mil, R$ 14 mil a menos que essa versão do City).
Versão EXL
R$ 122 mil em novembro de 2022
A EXL conta com todos os acessórios da versão EX e adiciona assistente contra pontos-cego, que usa câmeras para mostrar ao motorista pontos em uma manobra que ele não conseguiria ver.
No EXL o painel de instrumentos é todo digital, os bancos são em couro e tem sensor de estacionamento traseiro.
Touring
R$ 132 mil em novembro de 2022
Adiciona bancos mais ergonômicos, sistema da Honda chamado “Sensing”, que tem sensores espalhados pelo carro para auxiliar na condução, como assistente de manutenção em faixa. Tem também sensores de estacionamento dianteiros e traseiros.
Comparações
Entre os sedãs mais populares, o City é o que inicia em uma faixa de valores mais elevada. Nesse caso a Honda joga com o nome e a fama da boa qualidade de acabamento e mecânica. Não é uma lenda, realmente estamos falando de um bom produto. Mas um bom produto caro que o torna nichado.
Em outras palavras, em meu entendimento quem compra um Honda City novo está comprando por que quer comprar um Honda City novo. Preferência pela marca ou admiração pelo carro definem. Quais são os concorrentes do Honda City?
City vs Virtus
Na faixa de preços, o City mais básico está no mesmo patamar do Volkswagen Virtus também mais básico, porém com motor turbo. Na disputa entre City e VW Virtus, o carro da Honda tem um acabamento melhor e oferece mais conforto. Leva desvantagem no rendimento do motor e pós atendimento, já que a Volkswagen tem uma extensa rede de concessionárias.
City vs HB20S
A versão mais completa do HB20S sai por R$ 120 mil. Fica aqui a dúvida plantada, afinal o carro da Hyundai também é um produto muito bom e acaba de passar por mudanças visuais que o deixaram muito bonito.
Apesar do HB20S ter motor turbo, o motor 1.5 aspirado da Honda é muito bom nos números de consumo e também nas arrancadas. Não fica devendo nesse ponto.
City vs Cronos
As versões mais baratas do Cronos disputam outro mercado. Porém a versão “EX” do City (mais básica) é muito parecida em itens com o que a Fiat oferece na versão mais completa do Cronos. Nessa comparação ambos tem motor aspirado (Fiat 1.3 vs Honda 1.5), ambos são automáticos (câmbio CVT) e o carro da Fiat na versão Precision oferece um acabamento bom.
Na segurança, no entanto, o Fiat fica pra trás. Enquanto o Honda tem seis airbags, o Cronos tem no currículo um zero no teste de segurança do Latin NCap.
City vs Yaris
O Yaris tem configuração muito ao City: motor 1.5 aspirado, 7 airbags, central multimídia e até versão com teto solar. A versão completa do Yaris fica no mesmo patamar do City, por R$ 119 mil. E a versão intermediária, que sai por R$ 107 mil, também merece destaque, pois tem quase todos os itens que o Honda oferece por R$ 114 mil.
Vale a pena?
Nossa conclusão é que para entusiastas de sedãs a versão Touring do City é a versão que justifica uma escolha como um degrau abaixo de uma categoria superior como a do Corolla (hoje saindo por R$ 150 mil).
No City as duas versões mais baratas têm concorrentes a altura, como o Hyundai HB20S e o Toyota Yaris, que são produtos similares. Na sua comparação, considere que VW Virtus, Hyundai HB20S e Toyota Yaris são os concorrentes diretos do City.