A falta de semicondutores continua provocando situações pouco imaginadas no mundo automotivo. A General Motors, líder de mercado nos últimos 5 anos, foi apenas a sétima em vendas no mês de julho, atrás de marcas tradicionalmente menores, como Renault e Jeep. No top 10 de modelos, 7 são do grupo Stellantis – 5 Fiat e 2 Jeep. A liderança ficou mais uma vez com a Strada, seguida do Argo, segundo dados da Fenabrave.
O domínio da Fiat e da Jeep e a queda acentuada da GM são diretamente explicadas pelo gerenciamento delas com a falta de peças. As montadoras da Stellantis não sofreram impactos. Continuaram produzindo e vendendo – e vendendo mais com menos concorrência no mercado.
Já a GM, que prorrogou o retorno da produção do Onix para a segunda quinzena de agosto, ficou para trás simplesmente porque não consegue abastecer suas concessionárias. A empresa, inclusive, foi acusada de desviar os poucos semicondutores que possui no Brasil para fábricas fora do país. Ela nega.
A GM vendeu apenas 11.635 unidades em junho, com 6,86% de participação de mercado. Em junho de 2020, foram 19.759 vendas e 16,09% de domínio de mercado. Uma queda e tanto, que só não foi pior, vejam só, por causa das vendas da S10, uma picape que está longe de ser campeã de vendas.
Vendas junho 2021 por modelo
Vendas junho 2021 por marca
Semestre
Em uma análise mais aprofundada de semestre, é possível ver o tamanho do prejuízo da General Motors. No primeiro semestre do ano passado, ela havia vendido 134.454 carros, ficando na liderança, com 17,62% das vendas no país. Este ano, foram 124.605 emplacamentos e queda para a terceira colocação geral, com 12,38% de participação.
A Fiat, por outro lado, saltou de 109.068 vendas no primeiro semestre de 2020 para 223.755 este ano. A participação de mercado disparou de 14,29% para 22,23%. A cada 4 veículos vendidos no Brasil, 1 é Fiat. E a cada 3, 1 é Stellantis.
A Volkswagen manteve o segundo lugar, agora atrás da Fiat. Foram 124.212 vendas e 16,27% de mercado, ano passado, para 165.291 vendas e 16,42%. A montadora, no entanto, deve ter um segundo semestre difícil, com paradas de produção por falta de semicondutores.