Frank Williams era o último dono de ‘equipe familiar’ da F1 vivo

Ousadia que começou nos anos 60 atravessou as décadas sendo impulsionada por sua paixão.

A morte de Frank Williams neste domingo, aos 79 anos, deixou de luto o mundo da F1. É também a despedida de um dos últimos românticos do circuito, de uma época em que a Fórmula 1 era mais paixão do que business.

Frank Owen Garbatt Williams nasceu em South Shield, Inglaterra, em 16 de abril de 1942. Em 1966, aos 24 anos, montou sua primeira equipe, num primeiro momento para servir de base para a F1, atuando na F2 e F3. Em 1977 se associou a Patrick Head e juntos chegaram à principal categoria da Fórmula 1.

A primeira vitória não demorou. Coube a Clay Regazzoni a honra em 1979, no GP da Inglaterra. Já o primeiro título foi em 1980, com o australiano Alan Jones. Depois vieram os de Keke Rosberg (1982), Nelson Piquet (1987), Nigel Mansell (1992), Alain Prost (1993), Damon Hill (1996) e Jacques Villeneuve (1997).

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Os 24 anos de jejum não foram fáceis. Assim que a Renault deixou a F1, a Williams não conseguiu mais um motor que a desse condições de título. Mesmo as vitórias foram raras, a partir de 1997. Em 2004, o colombiano Juan Pablo Montoya venceu o GP Brasil e a equipe ficou até 2012 sem vencer, até a vitória do venezuelano Pastor Maldonado, até hoje a última.

A América do Sul é mesmo parte da equipe britânica, sobretudo o Brasil. Além do título de Piquet, também correram nela Rubens Barrichello, Felipe Massa, Antônio Pizzonia, Bruno Senna e, claro, Ayrton Senna, protagonista da maior dor envolvendo a Williams em sua história, mas não a única.

Oito anos antes da morte de Senna, Frank Williams sofreu um acidente que mudou para sempre sua vida. Foi na sinuosa estrada que liga a pista de Paul Ricard a Marselha, na França, que ele sobreviveu à batida com seu Ford Sierra 1600. Paraplégico, passou a acompanhar as corridas em sua cadeira de rodas, imagem que todo fã de F1 com menos de 40 anos o conheceu.

Sir Frank Williams ganhou o título de cavaleiro das mãos da Rainha Elizabeth no mesmo ano do acidente, em 1986. Foi um dos poucos cidadãos a acumular também a Ordem Nacional da Legião da Honra, a principal honraria francesa, pela sua contribuição ao lado dos motores Renault.

Sua filha Claire comandou a equipe a partir de 2013, período em que a Williams flertou com as vitórias. Foram 9 pódios em 2014, 6 de Valteri Bottas e 3 de Felipe Massa, incluindo um segundo lugar. O time terminou 2014 em 3º no Mundial de Construtores, lembrando ‘aquela’ Williams.

Uma das últimas equipes familiares

É verdade que desde 2020 a família Williams não tem mais participação acionária na equipe que Frank ajudou a criar. Mas o nome ainda está lá, em uma das últimas construtoras criadas por uma família, como são a Ferrari e a McLaren. Frank era também o último dono original vivo, já que Enzo Ferrari faleceu em 1988 e o jovem Bruce McLaren, em 1970.

Outros donos de equipes familiares estão vivos. Mas Eddie Jordan, Peter Sauber, Giancarlo Minardi e tantos outros viram suas criações morrerem primeiro, derrotadas pelas grandes marcas e pelos gigantes interesses empresariais.

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