Definitivamente, a Ford já viu dias melhores. A montadora está agora em uma luta para se manter viva no cada vez mais competitivo mercado de carros elétricos. O problema é que o prejuízo supera qualquer lógica de mercado. Cada carro elétrico que ela vende hoje a faz amargar US$ 100 mil dólares de prejuízo.
Na prática, o prejuízo é maior do que o próprio valor do carro, às vezes duas ou três vezes. Ou seja, mesmo que ela dobrasse o preço do veículo e o cliente aceitasse pagar, não revolveria a questão. Um Ford Mustang elétrico custa na faixa dos US$ 50 mil.
Pra piorar, o mercado está no caminho inverso. A Tesla e outras montadoras estão baixando preços de seus carros elétricos, já que conseguiram chegar numa equação entre custos e volume de vendas. Para a Ford sobreviver, ela vai necessariamente ter que dar desconto – naquilo que já estava dando prejuízo.
A montadora ja acumula prejuízo de US$ 1,3 bilhão e fontes do mercado americana acreditam que o número pode passar dos US$ 5 bilhões até o fim de 2024. Como medida para contornar a operação no vermelho, a montadora está rediscutindo contratos.
A Ford reviu o maior do seu gasto: a da compra de baterias. Os fornecedores já foram avisados que as entregas vão ter que ser atrasadas. A montadora só não deve quebrar porque a operação dos modelos a combustão está no azul e os números devem se anular – ou até gerar um pequeno lucro.
Ainda assim, a Ford vislumbra dias melhores na eletrificação. Ela pretende lançar em 2026 novos modelos elétricos na casa dos US$ 25 mil. A previsão é que os modelos já cheguem dando lucros – e alívio às contas da montadora.