Que os carros elétricos são uma realidade cada vez mais presente, ninguém duvida. Mas que existe um prazo de validade tão curto para carros a combustão é novidade. A Ford prevê só mais dois anos de lucratividade crescente para modelos a combustão. Depois disso, é virar a chave. Ou se preparar para ter prejuízo.
Os executivos da montadora apresentaram nesta segunda-feira (22) as perspectivas de negócios da montadora a seus investidores. Kumar Galhotra, chefe da Ford Blue, a divisão de veículos a combustão, disse que as margens de lucro dos modelos a gasolina irá crescer de 7,2% para 10% nos próximos anos. E após 2025 tanto margem de lucro quanto volume de vendas encolherão, com a popularidades dos elétricos.
Ainda sim, não será tão já o fim do carro a combustão. “Os segmentos de caminhões, off-road e performance têm uma longa pista”, garantiu Galhotra em evento que também contou com a imprensa.
Além de fazer as projeções, o executivo mostrou que a empresa está focada em diminuir custos. Só em 2023 foram economizados US$ 500 milhões, a maior parte reduzindo complexidade de peças e dando eficiência no processo de fabricação. Ele deu como exemplo a picape F-150, que chega a mais uma geração, mas agora com mais de 2 mil peças a menos do que o modelo atual.
Essa economia reflete também em opções ao consumidor. O Ford Explorer, por exemplo, tinha uma combinação matemática de 1.900 modelos diferentes, entre acabamentos e opcionais. Agora, com versões mais enxutas, o consumidor terá apenas 23 combinações de carros diferentes.
A simplificação de processos e a eficiência na gestão ocorrem na esteira de um processo muito maior na montadora, que vem desde a saída dela de países em desenvolvimento, como o Brasil e a Índia. No momento, boa parte dos investimentos é direcionada à BlueOval City, megafábrica que deverá revolucionar como o carro é feito hoje. A construção da planta já mudou a realidade de uma comunidade inteira.