O Fiat Mobi está atualmente entre os carros zero km mais baratos do país, mas isso não quer dizer muita coisa, já que o preço bate na casa dos R$ 70 mil e isso não é nada popular. Mas se você chegou até aqui é porque quer saber: vale a pena comprar um Fiat Mobi zero ou usado?
Na foto acima está o Fiat Mobi Trekking 1.0, carro que fiquei por uma semana em dezembro de 2023. É a melhor versão do carro, mas com preço puxado. Tem multimídia, tem bancos mais confortáveis e melhor acabamento (que sua versão mais simples), mas bate nos R$ 70 mil.
O Mobi nasceu com uma proposta que nunca emplacou muito bem no Brasil. A história de city car, ou o carro feito só para coisas triviais feitas a curta distância, nasceu na Europa onde é usual que as pessoas tenham um carro grande para o lazer e um carro pequeno para se deslocar diariamente. No Brasil, como todo mundo sabe, não funciona assim. As pessoas compram Mobi pelo preço e muitas vezes ele é o único carro da casa e leva a família toda.
E ele serve pra isso?
Definitivamente espaço não é o forte do Mobi. O desenho do carro é o mesmo desde 2016, quando ele chegou para reocupar o lugar que já foi do Fiat Uno Mille. O espaço nos banco de trás é sofrível demais e o conforto não é o ponto alto do Mobi.
Ele tem um ótimo custo-benefício.
O Mobi é o único carro de passeio da linha Fiat que conserva o motor Fire, o mesmo que foi lançado nos anos 2000 no Palio e equipou o Mille até sua aposentadoria. É um motor antigo, pouco potente. Mas, confiável, econômico para rodar e de baixa e barata manutenção.
Nos dias que estive com o carro, consegui a marca de 12,5 km/l no etanol em um circuito misto (estrada e cidade). O desempenho, na gasolina, supera os 15 km/l na estrada. No entanto, consegui números melhores quando escrevi sobre o Argo. O motor do Argo é mais moderno e apenas uma versão do Mobi teve ela até hoje: o Mobi Drive, já fora de linha. Fica a dica.
O Mobi é um carro bom para fazer aplicativo?
Não é o ideal, já que falta espaço no porta-malas. Porém considerando que os motoristas de aplicativo colocam o banco do passageiro para frente para sobrar espaço para as pernas atrás, é uma alternativa razoável levando em consideração o custo por quilômetro rodado e a confiabilidade do carro.
Existe uma frase pronta em grupos de internet que diz que “é melhor gastar dinheiro em um carro maior, com motorzão”. Quem lida com aplicativo sabe que não é bem assim. A economia fala mais alto. Aí é levar no lápis o preço da aquisição ou locação do Mobi, mas o que posso garantir é que o preço de manutenção do Mobi é imbatível perto de qualquer usado com menos de 10 anos.
Vale a pena gastar R$ 70 mil em um Mobi zero km?
Não. O Mobi atualmente é caro pelo que oferece. Se você for comprar um zero, opte pela versão Trekking. É mais bem acabada, o veículo é até mais bonito. Os adereços “off-road” (só perfumaria, claro) até que casaram muito bem com o veículo. E uma coisa muito boa agrega no carro: a altura livre do solo é maior que os outros veículos, livrando você de muita valeta.
Hoje se eu estivesse com R$ 70 mil na mão para gastar em um veículo zero, optaria pelo Citroën C3. Ele já beira os R$ 73 mil, mas há promoções pontuais que puxam o preço dele para próximo do Mobi. É um carro mais espaçoso e também tem motor Fiat, só que ele usa o motor do Argo, mais atual e mais potente que o motor do Mobi. Custo: pouca coisa acima do Mobi.
E o Mobi usado?
O Mobi não é um carro confortável. A versão Trekking é mais bem acabada. Se você está no mercado de usados buscando um Mobi, dê atenção para as versões Trekking (a partir de 2020) ou a versão “Drive”, que existiu apenas entre 2016 e 2018. Essa versão foi feita com o motor do Argo e é um pouco mais incrementada que o Mobi convencional.