Primeiro modelo elétrico da Fiat é importado da Itália chega por R$ 239.990, com requintes e propaganda de produto premium.
Nota do editor: atualizamos este texto no dia 04/08 para adicionar o valor do veículo divulgado pela Fiat.
A Fiat lança no começo de agosto o Fiat 500e, o primeiro carro elétrico da empresa no Brasil. O lançamento também marca o retorno do modelo ao Brasil, que em sua versão anterior deixou de ser importada para cá em 2017.
Na versão Flex, que foi vendida por aqui até 2017, o 500 era importado do México. De lá para cá o modelo foi aposentado por lá, mas seguiu em produção na Europa. No ano passado a Fiat apresentou por lá a versão elétrica, que tem até uma variante com três portas que copia a ideia da “porta suicida” empregada na antiga versão da Fiat Strada (mas não é essa versão que vem ao Brasil).
Em relação à sua versão anterior, o novo 500 elétrico é um carro que guarda apenas o aspecto visual. Toda a estrutura e tecnologia foram trabalhados do zero e o que podemos dizer para quem já andou em um 500 movido à gasolina é que ele continua apertado pra quem anda atrás e tem pouco espaço para bagagem.
Mas o 500 é um ícone da Fiat, que vem para cá importado da Itália. Os carros ícones são aqueles em que a montadora deposita a confiança de ser um símbolo da marca, como o Fusca é para a Volkswagen, por exemplo. No caso do novo Fiat 500, ele tem um logo próprio na frente (que é o nome do carro), onde antes ficava o logo da Fiat. É a mesma estratégia que a Ford usa por exemplo no Mustang e no Bronco. As empresas usam essa estratégia para valorizar o veículo como se aquela linha fosse uma grife. O Fiat 500 está sendo vendido por R$ 239.990.
Mas como é o carro?
A versão que está chegando ao Brasil é a topo de linha na Itália. O carro é totalmente elétrico e pode rodar até 320 km com uma carga completa. Isso equivale a uma viagem entre São Paulo e Ribeirão Preto sem ter que parar para a recarga. É uma boa distância, mas fica aquém de concorrentes como o Renault Zoe, o Chevrolet Bolt e o Nissan Leaf. No caso do Bolt, a bateria rende cerca de 420 km.
O propulsor do Fiat 500 consegue atingir 118cv e 22,4 kgf/m de torque, saindo de 0 e atingindo 100 km/h em apenas 9 segundos. O rendimento de um carro elétrico está muito relacionado com o peso do veículo e o desafio da indústria automotiva no momento é reduzir o peso dos carros, principalmente das baterias. O Fiat 500 elétrico pesa 1395 kg, enquanto o antigo não chegava a 1100 kg. Perceba aí o tamanho do desafio.
A bateria do 500e pode ser carregada em 4 horas em uma tomada convencional (desde que trifásica). Se utilizado o carregador em corrente contínua, o carregamento pode ser feito em pouco mais de 40 minutos.
Por dentro do Fiat 500
Por dentro o veículo traz interior exclusivo, com nova central multimídia que lembra o posicionamento da central do Argo, mas difere bastante das centrais da Fiat que estão em uso no Brasil.
A central do 500e tem dez polegadas, é mais larga e utiliza um padrão visual próprio, que apresenta informações do veículo, como a saúde da bateria e os dados de uso do carro. A central tem suporte para Android Auto e Apple Carplay.
O Fiat 500 elétrico também traz elementos inéditos para os carros menores da Fiat, como a frenagem autônoma. O veículo freia sozinho quando percebe que existem obstáculos a sua frente. O primeiro veículo da empresa a ter esse recurso foi a nova Toro, lançada esse ano e que agregou a tecnologia dos veículos da Jeep, que saem da mesma fábrica que a caminhonete, em Pernambuco.
O carro também tem controle de velocidade, que identifica a velocidade do trânsito e mantém distância dos veículos da frente, e sensor de fadiga.
Segundo a Fiat italiana, o carro é cuidadoso e até propõe ao motorista uma paradinha quando percebe algum sinal de fadiga, por exemplo quando o motorista não consegue se manter na faixa.
Importação
O Fiat 500 elétrico também marca a retomada de importações de carros pela Fiat do Brasil. Os últimos importados que tivemos da marca por aqui foram o Fiat Freemont e o antigo Fiat 500, que chegavam do México até 2017.
Antes disso, nós tivemos no Brasil o Fiat 500 importado da Polônia em 2010, em uma versão que era vendida apenas com a opção gasolina e não flex, o que hoje é uma dor de cabeça para quem quer revender o carro.
A política da Fiat foi sempre priorizar a produção no Brasil ou na vizinha Argentina, devido ao custo e por consequência a competitividade. Poucas vezes a empresa importou veículos da linha comum. O Freemont, por exemplo, foi uma exceção quando a empresa necessitava de um SUV para fazer frente aos concorrentes e ainda não tinha a Jeep (que é do mesmo grupo) estabelecida por aqui.
Já o antigo Fiat 500 era um carro ícone que não vendia o suficiente para justificar sua produção por aqui na época. Nos anos 90 a Fiat chegou a importar versões do Fiat Tipo, que depois foi nacionalizado. Outro que teve importações naquela mesma época foi o Fiat Coupé.
Na situação atual a Fiat traz o 500 elétrico por duas necessidades: a primeira, de ter um carro elétrico na linha para fazer frente aos concorrentes e a empresa não tem fábrica no Brasil no momento para produzir o carro por aqui. A segunda, passar a mensagem ao consumidor brasileiro de que a empresa está sim antenada como o futuro e com o discurso de sustentabilidade e proteção ao meio ambiente.