A Rivian Automotive é hoje uma das queridinhas dos amantes de carros elétricos, desbancando, para muitos, inclusive a Tesla. Ela já recebeu aportes bilionários da Amazon e da Ford e vem crescendo no gosto do público, se tornando uma das melhores empresas para se trabalhar nos EUA. Mas neste momento a Rivian sofre um duro golpe em suas pretensões.
A empresa sedida em Irvine, California, anunciou esta semana a demissão de 10% de seus funcionários e a redução de suas metas de produção. Isso fez suas ações despencarem. O reflexo foi imediato. As ações da Rivian caíram 25% no dia seguine ao anúncio, marcando um dos piores momentos de seus 15 anos de história.
O corte tem feito parte dos desafios enfrentados por todas as empresas de veículos elétricos. Elas estão lidando com uma queda na demanda em um grupo cada vez menor de compradores ricos que ainda não adotaram veículos elétricos, além das dúvidas persistentes dos consumidores em geral sobre como os veículos elétricos se encaixam em suas vidas e orçamentos.
“Estávamos todos empolgados com os carros elétrcos, pensando que continuariam crescendo rápido e melhorando. Mas parece que estamos chegando à realidade agora”, disse Jessica Caldwell, chefe de insights da Edmunds. “Os compradores comuns têm menos dinheiro e mais incertezas”, complementou.
Apesar dos anos de crescimento nas vendas de veículos elétricos, os clientes do mercado de massa continuam cautelosos quanto à vida útil da bateria dos veículos elétricos, ao alcance e à disponibilidade de estações de carregamento confiáveis.
Já os preços ainda assustam. O comprador médio de carro já não é capaz de arcar com os preços da atual gama de veículos da Rivian – a picape elétrica R1T custa a partir US$ 70.000, enquanto seu SUV R1S custa a partir de US$ 75.000. A empresa, que ainda não é lucrativa, reportou um prejuízo líquido de US$ 1,52 bilhão no período de três meses encerrado em 31 de dezembro, em comparação com US$ 1,72 bilhão durante o mesmo período do ano anterior.
Muito depende do plano da empresa de produzir seu R2 mais acessível. Ele será lançado em março, mas a produção em massa só deve começar em 2026. Até lá, o trabalhador da Rivian sabe que vai ter que produzir mais e com menos colegas ao lado.