Em 1999 o mercado automobilístico brasileiro recebia de um novo utilitário para brigar com Fiat Fiorino, Renault Kangoo e Peugeot Partner. Era a vinda de um produto da Volkswagen que já existia na Europa e que aqui chegou vendido ao mesmo tempo por duas marcas: VW e Seat, o que na indústria automotiva é chamado de rebadge.
A Volks já era dona da Seat nessa época e apostou em trazer os dois veículos ao mesmo tempo. Ambos eram produzidos na Argentina e por aqui foi chamado de “Volkswagen Van”. Na Argentina recebeu o mesmo nome que já existia na Europa: “Volkswagen Caddy”. Já o Seat Inca era a versão mais básica, que levava logo da marca espanhola. Praticamente o que a Fiat e a Peugeot fazem hoje com o Fiorino.
O utilitário era um produto derivado do Polo europeu, que também chegou a ser vendido no Brasil. A chegada era uma iniciativa da Volks para o crescimento de mercado em anos anteriores da Fiorino furgão e do Renault Kangoo e o Peugeot Partner.
A diferença entre o veículo da Volks e o da Seat era de itens disponíveis aos ocupantes e de detalhes estéticos. Os dois tinham direção hidráulica. A versão da Seat tinha para-choque de plástico preto, enquanto a da VW era da cor do veículo.
Segundo reportagem da Folha de São Paulo da época, a Volkswagen queria aproveitar a sua imagem de construtora de produtos confiáveis no veículo e por isso divulgava os produtos como “utilitários de alma espanhola e tecnologia alemã”.
O salário mínimo no Brasil em 1999 era de R$ 136. A Van da Volks estreou vendida por R$ 17.890. O motor era 1.6, de 4 cilindros, com câmbio manual de 5 marchas. Ia de 0 a 100 km/h em 13 segundos e a velocidade máxima era de 160 km/h. A capacidade é de 625 kg.
Não emplacou
Curiosamente a Volkswagen lançou o produto no Brasil em um tom de pessimismo. Era 1999 e o Brasil vivia uma crise cambial, com a cotação do Dólar subindo muito em relação ao Real (em janeiro de 1999 o Dólar custava R$ 1,20. Em fevereiro ele chegou a R$ 2,00).
O jornal O Globo registrou em 3 de fevereiro de 1999 que a marca estava trazendo o veículo ao Brasil, mas apontando que o mercado deste tipo de veículo encolheria 33% naquele ano. Sinal que a empresa havia se planejado para um cenário e o veículo acabou desembarcando aqui em outro, muito adverso.
O resultado foi que poucas unidades da Volkswagen Van chegaram por aqui e o veículo foi descontinuado no final do mesmo ano. Apenas o Seat Inca ficou em linha até 2001, quando saiu do mercado junto com toda a linha da espanhola Seat.