Promessa da montadora era de não faltar estoque, mas greve pela saída da montadora frustrou planos.
Quem precisar de peças de reposição para modelos Ford pode não ter vida fácil. Já há relatos de falta de estoque, e a própria associação de distribuidores emitiu circular em que teme ações via Procon (leia abaixo). Apesar de a montadora garantir manter a produção de peças para os modelos Ka, Ka Sedan e Ecosport, trabalhadores que não foram demitidos entraram em greve na tentativa de reverter a saída da Ford do Brasil.
A paralisação na produção já se arrasta desde 11 de janeiro, dia em que a Ford anunciou o fim das atividades no país. A empresa demitiu quase todos os trabalhadores das plantas de Camaçari/BA e Taubaté/SP. Apenas uma parte continuaria trabalhando para repor as peças ao mercado nacional, não fosse a greve. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores de Camaçari, entre empregos diretos e indiretos, serão fechados 12 mil postos de trabalho. A planta de Horizonte/CE, onde é fabricado o Troller T4, manteve a produção, mas já teve o fim decretado para o fim de 2021.
Donos de Ford tem procurado o site Reclame Aqui para relatar falta de peças. “Sou proprietário de uma Ford Courier 07/08 e estou um pouco decepcionado com a marca. Estou tentando fazer a compra de um forro de porta lado esquerdo, porém não se encontra em lugar nenhum. Gostaria de uma posição do fabricante”, reclama um deles. Ainda não houve resposta da Ford no site.
Abradif envia circular
O UOL teve acesso à circular da Abradif – Associação Brasileira dos Distribuidores Ford – que teme a situação de momento. “A Abradif, tendo tomado conhecimento através suas associadas que os Procons locais já estão procedendo com o envio de notificações administrativas, motivadas principalmente (pelas informações que nos chegam) de que já há falta de peças de reposição e acessórios, está preparando uma nova notificação a ser endereçada à Ford”, diz o texto, assinado pelo comitê jurídico que a entidade acabou de constituir.
A Abradif também recomenda que os associados apresentem defesa administrativa alegando não terem controle da produção de peças e acessórios da montadora.