O home office, embora tenha perdido força, foi uma vitória para muitos trabalhadores. Para muitas empresas, também. É o caso de uma concessionária da Toyota na Califórnia, EUA, que não estava conseguindo manter seu estoque de carros usados em dia. Ela apelou para o trabalho remoto para conseguir mais unidades e tem dado certo.
Em vez de contratar trabalhadores em tempo integral, ela aproveitou quem já tem emprego remoto para pagar uma espécie de freelance. São profissionais de diversos mercados que agora ficam duas, três horas a mais por dia trabalhando para as lojas de carros.
A missão deles é vasculhar sites atrás de pessoas que estão querendo vender seus veículos. Em geral, eles ficam de olho em marketplaces de redes sociais, atrás de quem tenta uma venda direta e fazem uma oferta.
Nos EUA, nem sempre se dá o carro antigo em uma troca por um novo. Muitas vezes, o comprador primeiro vende o carro antigo e com o dinheiro da venda vai atrás de um novo modelo. As vendas diretas para pessoas físicas, como aqui, costumam render mais, então é comum as pessoas anunciarem seus modelos em vez de levá-los até uma loja. Então como atravessar essa ideia e fazer uma boa oferta sendo uma loja – ainda que pela internet?
Os trabalhadores remotos possuem uma margem melhor de compra do que as lojas físicas. Quando um cliente leva seu modelo até uma loja para vender, é ele o ativo da situação e a loja, o passivo. Normalmente nestes casos o ativo precisa ceder para que o passivo feche negócio. Na internet, essa relação se torna mais equilibrada, então a loja costuma diminuir seus lucros por negociação.
Embora percam um pouco de dinheiro pagando funcionários remotos e comprando pela internet, as lojas resolvem um problema ainda maior, a de falta de estoque. O prejuízo é muito maior para quem não tem nada para vender…
Desde que começou a pagar caçadores de ofertas, a loja americana viu seus lucros crescerem 12% e seu estoque aumentar 80%.