A maior cidade do Brasil finalmente deu o pontapé na eletrificação de sua frota de ônibus. 50 modelos foram apresentados nesta segunda-feira e já entram em operação ainda este mês. É ainda um pequeno gesto rumo à descarbonização da extensa frota do transporte da capital paulista. Atualmente, a cidade possui cerca de 13 mil ônibus a diesel circulando – e poluindo a cidade.
A entrega foi feita de forma simbólica e marca a primeira de várias entregas de modelos, que chegarão a 2,4 mil até o fim de 2024, segundo o Programa de Metas e da Lei de Mudanças Climáticas, que prevê a redução da emissão de gás carbônico fóssil em 50% até 2028 e a erradicação do poluente até 2038.
Os veículos apresentados nesta segunda-feira custam atré três vezes mais do que modelos a diesel e foram comprados por quatro empresas concessionárias do transporte. A prefeitura de São Paulo irá pagar 15% a mais em subsídios às empresas, como forma de compensação pela compra. Para manter todo o sistema de transporte de ônibus da cidade, a prefeitura gastou em 2022 pouco mais de R$ 5 bilhões. O preço da passagem está mantido em R$ 4,40 desde 2020.
Como são os ônibus elétricos de São Paulo
Diferentemente do que acontece com os carros elétricos e até com parte da pequena frota de ônibus elétricos em circulação no país, os ônibus que vão abastecer a capital paulista são todos nacionais.
Montados pela Eletra, com sede em São Bernardo do Campo/SP, os modelos possuem carroceria da paulista Caio e baterias da catarinense WEG, além de chassi da Mercedes-Benz, também fabricado no Brasil. Na apresentação feita pela prefeitura de SP, foi possível ver o logo da Enel X, braço da gigante italiana de energia focada em soluções de mobilidade elétrica.
Segundo o site da Eletra, os modelos demoram 3 horas para carregar completamente e possuem autonomia de 200 quilômetros. Os veículos contam ainda com um sistema de recarga rápida, que pode ser feita em 5 minutos, oferecendo mais 11 km de autonomia.
São Paulo (e o Brasil) atrasada no uso de ônibus verde
A Colômbia é líder na América Latina em frota de ônibus elétricos, com 1.589 veículos em circulação. O Chile possui 849 e o México, 556. O Brasil, o maior e mais populoso da América Latina, aparece com apenas com 386 veículos, somadas as frotas de cidades como São Paulo, São José dos Campos/SP e Curitiba.
Por aqui, o jogo deve virar em breve, se as entregas de 2,4 mil unidade à cidade de São Paulo forem cumpridas. Mas ficaremos longe, muito longe, da China, por exemplo. No país asiático, só a cidade de Shenzen possui uma frota de 17 mil modelos elétricos, 100% das operações, desde 2018.