Os Brics, aliança política que ganhou destaque esta semana por incluir novos membros – além de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, vão passar a frequentar o grupo Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã – já pode ser considerado uma enorme força quando se trata de mercado automobilístico.
O mercado de carros nos Brics tem testemunhado um crescimento exponencial nas últimas décadas.
Impulsionado por uma classe média em expansão, urbanização e aumento do poder de compra, as vendas de veículos atingiram patamares impressionantes.
A China se destaca como líder incontestável, não apenas nos Brics, mas também globalmente, com sua produção e vendas de carros ultrapassando todas as expectativas.
Diversidade de Preferências
Uma das características marcantes do mercado de carros nos Brics é a diversidade de preferências. No Brasil, a paixão por veículos utilitários esportivos (SUVs) está em alta, impulsionada por estradas desafiadoras e um estilo de vida aventureiro.
Enquanto isso, na Índia, carros compactos e econômicos são os queridinhos, devido às restrições de espaço nas cidades congestionadas. A Rússia valoriza carros robustos e preparados para o clima frio, enquanto a África do Sul mostra uma inclinação para veículos off-road. E a China já dá saltos galopantes na eletrificação
Tendências Tecnológicas
Assim como em outras partes do mundo, a tecnologia está reformulando o mercado de carros nos Brics. A eletrificação está ganhando terreno, à medida que governos incentivam a transição para veículos elétricos, e as montadoras respondem com uma variedade de opções. A conectividade também está se tornando essencial, com recursos como infotainment avançado, assistência à direção e segurança atraindo os compradores.
Apesar do crescimento promissor, o mercado de carros nos Brics enfrenta desafios distintos. Questões regulatórias, infraestrutura de carregamento para veículos elétricos, volatilidade econômica e preocupações ambientais são alguns obstáculos que as montadoras e consumidores precisam navegar.
O mercado de carros nos Brics continua a ser uma arena de oportunidades. À medida que a urbanização e a classe média continuam a crescer, a demanda por mobilidade personalizada permanecerá robusta. As montadoras estão ajustando suas estratégias para atender às necessidades específicas desses mercados dinâmicos, lançando modelos adaptados e expandindo suas presenças locais.
Mercado de carros dos Brics em números
Usando como base os cinco países dos Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, este é um mercado que movimentou US$ 400 bilhões em 2021 – R$ 2 trilhões – número impulsionado, é claro, pela China. Os próprios chineses já devem passar os US$ 400 bi em 2023.
O Brasil, após se recuperar de um abalo nas vendas durante a pandemia, prevê crescimento de 3% este ano, segundo projeções da Anfavea, superando 2 milhões de unidades comecializadas (ainda abaixo dos 2,7 milhões de 2019).
A Rússia teve forte retração causada pela pandemia e ampliada pela guerra que ela mesmo provocou na Ucrânia. As vendas mensais, quase sempre acima dos 100 mil veículos, caiu pela metade. A Lada é a marca que mais vende. Foram 173 mil unidades de janeiro a julho deste ano. A Haval é a segunda colocada, com 49 mil unidades.
A Índia é o terceiro mercado de carros do mund – atrás de China e EUA. Impulsionado principalmente por sua grande população, de 1,4 bilhão de habitantes, os indianos possuem o grupo Tata, dono simplesmente da Jaguar e Land Rover. Além de abastecer o mercado interno, as marcas indianas já são grandes exportadoras, principalmente para a Europa.
Já a África do Sul é ainda um mercado pequeno, de cerca de 300 mil veículos vendidos anualmente. Apesar disto, é um mercado que cresce exponencialmente, perto dos 15% ao ano. Como no Brasil, as marcas estrangeiras dominam o mercado, com Toyota, Volkswagen e Suzuki alcançando o pódio.