Veículo deste teste: JAC iEV40 elétrico
Pela primeira vez tenho a oportunidade de avaliar um JAC. De primeira já pego um modelo elétrico: O iEV40. Ele é o modelo 100% elétrico baseado no T40, SUV da JAC que é vendido com uma configuração mais conhecida pelo mercado brasileiro e com motor 1.6 16v e câmbio CVT.
O desenho do carro se não surpreende, agrada. Porque há uma sensação de dejá vu, mas é sóbrio e tem linhas sem muita ousadia.
Como é o IEV40?
Como é tradição das montadoras chinesas, o carro vem recheado de equipamentos de série. Ele tem multimídia com direito a câmera 360º, vidro elétrico nas quatro portas, comandos de piloto automático, volante com ajuste de altura, couro nos bancos, assistente de partida em rampa, ar condicionado automático e para segurança freio a disco nas quatro rodas com ABS e EBD regenerativos e controle de tração e estabilidade fazem parte do pacote também.
O painel, no entanto, é bem simples. A qualidade gráfica com direito a letras serifadas trazem mal aspecto para o painel do JAC. Pois poderia ser melhor. E não é questão de verba, é questão de planejamento. Porque os bancos são bonitos com tecido sintético, porém duros. O apoio de braço dá mais conforto ao motorista, pelo menos.
A central multimídia do JAC IEV40 não possui espelhamento para celular. Porque é necessário baixar um aplicativo próprio. O que não é muito agradável pra se usar. Por outro lado apresenta muitas informações sobre o carro. Tem câmera 360º, que lembra a função na Land Rover Defender. Mas a qualidade no iEV40 é horrorosa, porque lembra uma câmera VGA. Lembra do seu Motorola V3? Então, bate o sol e a definição da tela fica bem ruim.
O ar condicionado é automático e as informações de temperatura aparecem na multimídia.
Em geral, carros elétricos são sinônimos de tecnologia e muitas entradas para aparelhos. Mas este modelo possui apenas duas entrada USB, uma na frente do câmbio e outra no banco traseiro.
O porta-luvas é comum. Já o acabamento do painel é bom, lembra muito o do Tiggo 2, acima do padrão dos primeiros chineses a desembarcar no país. Na traseira, achei o banco curto, não muito confortável. O porta-malas é grande, com 450 litros
Motor elétrico
Como todo elétrico, o JAC iEV40 tem torque disponível instantaneamente: 27 kgfm. Então ele desenvolve 115 cavalos e tem autonomia de 300 quilômetros.
Segundo a fabricante, o custo de manutenção é 6 vezes mais barato do que o de um carro a combustão. O carro elétrico não tem caixa de câmbio, radiador, filtro de ar, de óleo, de combustível, nem sistema de escapamento, correias, velas ou catalisador. Tem sistema de arrefecimento, já que o motor elétrico esquenta. Possui também bateria à parte, para as mesmas funções de um carro comum.
Para abastecer, é só pressionar um botão no painel, que um compartimento se abre na frente do veículo. Como é um carro chinês, a entrada segue o padrão daquele país, de 32 amperes e 220v – 440v AC.
E aí? O JAC IEV40 vale a compra?
O veículo analisado foi um oferecido por serviços de aluguel de carros elétricos. Tem opções por tempo, por horas ou por dias. E para quem quiser um pra chamar de seu, ele sai por nada convidativos R$ 189 mil.
Analisando friamente, quem tem essa grana pra desembolsar um carro novo dificilmente vai gastar com um veículo desse tipo. Por esse preço você compra por exemplo um Jeep Compass a Diesel top de linha, uma VW Tiguan R-line, ou até uma picape como uma Toyota Hilux ou uma Mitsubishi L200. Todos zero km.
O valor realmente é um dos principais motivos que afastam compradores de carros elétricos. Isso não é uma condição só do carro avaliado, mas de todos os elétricos disponíveis atualmente no mercado brasileiro.
Gostei muito da experiência com esse JAC elétrico, mas ainda não compensa investir pra ter um na garagem. Quem sabe alugá-lo numa próxima, porque não?