Com adeus marcado, relembre 5 versões do Fiat Uno

Foram 37 anos de Brasil, e versões com motores que fizeram de 52 a 118 cavalos.

Depois de 37 anos de Brasil, o Fiat Uno está dando adeus com a limitadíssima versão Ciao. As 250 pessoas que desembolsarem R$ 85 mil levarão para casa um modelo histórico. Mas foram muitos ao longo destas quase 4 décadas.

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Desenhado pela lenda do design Giorgetto Giugiaro, o Uno chegou à Itália em 1983 e ficou por lá até 1995. Nasceu da necessidade do mercado italiano em combater a invasão japonesa de modelos urbanos. Com um conceito simples, sem grandes novidades, o modelo tinha o tamanho ideal para ser econômico e ao mesmo tempo não perder em desempenho para carros ligeiramente maiores.

Não demorou para vir ao Brasil. Em 1984, 1 ano depois de seu lançamento na Europa, ele desembarcou para substituir o Fiat 147, carro muito inferior em muitos aspectos. Teve pouca diferença com a versão italiana. A mais marcante foi o desenho diferenciado no capô para poder acomodar o estepe, já que uma mudança na suspensão traseira para suportar o tranco das nossas estradas ruins retirou o espaço necessário para acomodar o 5º pneu.

Inicialmente, o Uno não foi tão bem aceito no nosso mercado e ganhou um infame apelido de “Botinha Ortopédica”. O principal motivo foi o visual, já que o modelo era diferente dos que chegaram ao país nos anos 80. O motor de sua versão mais barata também não ajudava: 1.0 de 52 cavalos. Aliás, o motor rende uma boa história.



No Brasil da época, modelos com até 999 cilindradas e acima de 1300 pagavam mais impostos. Assim, a Fiat fez um motor personalizado para o país. Trocou pistões de seu motor 994 cm³ Fiasa e o transformou em 1050 cm³.

Foi só nos anos 1990, quando o governo reduziu a alíquota para motores menores que ela realmente emplacou no país. Com carros mais baratos, ela caiu no gosto do público. A criatividade da marca em fazer versões interessantes ajudou no processo. O Turboway separou algumas.

O primeiro Uno brasileiro

O Uno chegou em 3 versões: S (Super), com motor 1.0, CS (Comfort Super) e SX (Sport Experimental). As duas últimas versões tinham motor 1.3, sendo que o SX vinha com carburador de corpo duplo que entregava 71 cavalos.

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Em 1985, quando o Uno completou 1 ano de mercado brasileiro, ele ganhou irmãos: chegaram o sedã Prêmio e a perua Elba. Em 1988 foi a vez do Fiorino.

Fiat Uno 1.5 R

Em 1987 a Fiat decidiu mudar sua versão de topo. Criou o Fiat Uno 1.5R (Racing), com motores Sevel, que além de mais modernos entregavam 86 cavalos, 15 a mais do que os 1.3 da Fiasa.

A versão tinha também mudanças estéticas. Faixas e adesivos decorativos, rack de teto e calotas exclusivas facilmente o destacavam no meio do trânsito.

Fiat Uno Turbo

Em 1994, a Fiat finalmente trouxe para cá sua versão apimentada turbo, lançada na Itália quase uma década antes, em 1985.

Se hoje ele é vital para as montadoras manterem a competitividade, ele só estreou no Brasil com aquele Uno.

E que Uno! O motor 1.4 turbo rendia 118 cavalos, mais que seus rivais Gol GTI, Escort XR3 e Vectra GSi. Era um carro extremamente caro. Segundo a revista Quatro Rodas, custava o equivalente a R$ 150 mil.

Hoje os modelos usados valem mais de R$ 60 mil. Nos EUA, um Fiat Turbo 1988 foi comprado em leilão por quase R$ 100 mil.

Fiat Uno Economy

Por uma recolocação de mercado, a Fiat foi deixando essas versões mais ariscas para a Itália e concentrou no Brasil apenas versões mais em conta do Uno, que a essa época já convivia com o Fiat Palio.

Para evitar uma canibalização, o Uno foi sendo barateado e após receber motor Fire 1.0 em 2001, em 2008 chegou a versão Mille Economy, que ganhou tecnologias que reduziram consumo em 10% em relação à versão anterior. Com a chegada da segunda geração do Uno, a primeira foi transformada em Mille, até sair de linha em 2013, por causa das obrigações legais com airbags e freios ABS. A despedida foi com a versão Grazie Mille.

Novo Uno Sporting 1.3 Firefly

Nunca recuperado de seu rebaixamento rumo ao piso de preços, o Novo Uno foi marcado apenas por versões água com açúcar, durante uma fase em que o mercado brasileiro viveu um apagão de carros de entrada com versões apimentadas.

O que mais chegou perto de algo mais divertido foi o Uno Sporting 1.3 Firefly, de 2017. O motor desenvolve interessantes 109 cavalos e 14,7 kgfm.

Fora o motor e alguns equipamentos, como a direção elétrica, os outros detalhes foram mais estéticos, outra marca do modelo nestas quase 4 décadas. Adesivos, plásticos que imitam fibra de carbono, detalhe vermelho no volante entre outros arrojos visuais marcaram o modelo, hoje facilmente encontrado em lojas de segunda mão.

Publicada originalmente em

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