Quando você procura um hatch compacto usado e bem equipado com valores de até R$ 20.000 reais, com certeza você vai esbarrar no C3 em alguma das buscas pela internet. A lista de equipamentos, o design e o motor são destaques do modelo, mas nem tudo são flores.
Carro avaliado no vídeo: Citroen C3 2012.
Perto de uma nova versão no ano que vem, o C3 chegou ao Brasil como nacional em 2003 com a missão de se tornar o Citroen mais barato do mercado. Mesmo sendo o mais barato, ele já tinha uma alma de carro mais premium do que os concorrentes da época. O Citroen C3 de primeira geração trazia apenas o motor 1.6 16V (presente até hoje nos modelos da Citroen) e duas versões de acabamento, GLX e Exclusive. Ambas traziam alguns equipamentos raros e inéditos para a categoria, como direção com assistência elétrica, painel digital e regulagem e profundidade do volante. A versão top de linha se diferenciava pelo acabamento em veludo, ABS e airbag duplo e apoio de braço para os ocupantes da frente.
Algum tempo depois do lançamento o C3 ainda não tinha decolado em vendas. Assim a montadora francesa disponibilizou o motor 1.4 8v, que vinha importado. A estratégia era aumentar a oferta de versões e abaixar um pouco do valor considerado caro para aumentar a demanda. Mas o preço só baixou de verdade em 2005, com a fabricação do motor aqui no Brasil.
Mas uma das coisas que mais chamam a atenção do modelo é o visual. E a Citroen sabe inovar. Com linhas completamente arredondadas, com o teto alto e coluna C curta, com um trecho de vidro fixo na porta dianteira. Se perguntarem se é uma minivan, muita gente vai ficar na dúvida. Até a Citroen ficou. Tanto que os primeiros anos do C3 traziam mesinha tipo avião para os passageiros de trás (coisa de minivan) como item da versão Exclusive.
Versões
A princípio o C3 só tinha 2 versões para o C3. GLX e Exclusive. Mas ao longo da sua vida algumas versões surgiram para o modelo.
Em 2004, um ano após o lançamento, a série Ocimar Versolato trazia itens exclusivos para a versão top de linha do C3, bancos em couro, tapete personalizado, ponteira cromada. Foi uma das versões mais conhecidas do C3. Não pelo carro em si, mas pelo desentendimento entre Sérgio Habib, até então presidente da CItroen do Brasil, a esposa dele, Sandra Habib, e o estilista que dava nome a série especial do modelo. Além da versão especial, a família Habib também investiu na abertura de sete lojas no Brasil, também com a marca de Versolato. Só que em menos de um ano, Habib decidiu fechar tudo e o estilista acusou a família de ser vítima de um golpe. A briga judicial estampou capa de diversos jornais e revistas de fofoca da época e no fim rendeu ganho de causa para Ocimar.
No fim de 2005 o motor 1.6 16V passa a ser flex e pouco tempo depois o motor 1.4 ganha versão flex e é nacionalizado.
A Citroen gostava de música. Em 2006 lançou a série “Musique” que vinha com um iPod de 1GB integrado ao sistema de rádio. E em 2011, trouxe o pacote “Sonora”, numa parceria com o portal Terra. Trazia som Pioneer exclusivo com conexão Bluetooth. Era disponibilizado para as versões GLX, Exclusive e XTR com motor 1.4 e Exclusive com câmbio automático.
Em 2007, a versão XTR trazia uma roupagem offroad para o C3, mas era só visual. A suspensão se mantinha intacta em relação as demais versões. E a ideia da Citroen era essa mesmo. Somente apelo visual. Com opção de motor 1.4 e 1.6 16V.
Em 2009, junto com a reestilização, passou a oferecer o “Pack Clim Auto” que era composto do ar condicionado digital, acendimento automático dos faróis e do limpador de parabrisas. Esse pacote estava presente nas versões XTR 1.6 e Exclusive 1.6 a partir daquele ano.
Em 2010, o C3 poderia vir com teto solar na inédita versão “Solaris”. Baseada na versão 1.6 Exclusive, é a versão mais completa do C3 dessa primeira geração, já que a própria Exclusive não trazia o teto solar nem como opcional. Apesar da maioria das ofertas serem de modelos automáticos, existem versões manuais dessa rara versão também.
Atenção na hora da compra:
Motor 1.4
O motor 1.4 tem um bom desempenho e consumo, mas é alvo de críticas e queixas constantes por parte dos donos. O Citroen C3 de primeira geração tem Problemas crônicos da junta do cabeçote podem desanimar quem procura um modelo desse para compra. Além disso as galerias de água do bloco desse motor são diagnosticadas com corrosão. Por isso, é recomendado o motor 1.6 16v ao 1.4, por ser mais potente e ter menos chance de problemas que o 1.4.
Câmbio automático AL4
O câmbio AL4 é um assunto recorrente em posts em fóruns e grupos de modelos da PSA. A polêmica do “troca ou não troca” o óleo da caixa, gera muitas dúvidas e consequentemente erros na manutenção de modelos com esse tipo de transmissão. Segundo relatos de funcionários da PSA, o óleo pode ser trocado, mas por uma máquina especifica que mantém o vácuo no sistema. Não é qualquer lugar que faz esse tipo de troca e sem o vácuo a caixa não funcionará corretamente e pode gerar grandes problemas (leia-se dor de cabeça e gastos). Como não se trata de um modelo recente e se não tiver certeza de que a manutenção desse câmbio foi feita de maneira correta, evite um C3 com esse tipo de transmissão.
Acabamentos e ruidos
Relatos frequentes principalmente nos primeiros anos de fabricação, o acabamento do C3 deixa a desejar em alguns aspectos. Rebarbas, desgastes prematuros dos botoes de comandos internos e ruídos de suspensão e acabamento são queixas frequentes de proprietários desses tipos de modelos.
E qual a melhor versão?
Diante de todos os relatos, a melhor versão do Citroen C3 de primeira geração para compra é a versão Exclusive, Solaris ou a XTR, principalmente pela ampla oferta de equipamentos de conforto, conveniência e segurança, sempre equipadas com motor 1.6 e câmbio manual. Essa combinação garante uma menor chance de problemas ao longo do uso, já que as versões com câmbio AL4 ou motor 1.4 sofrem com problemas recorrentes e crônicos.
Outras opções
No quesito equipamentos, dificilmente algum outro carro da mesma categoria vai oferecer tanto pelo mesmo preço. E é isso que chama a atenção no C3.
O Fiat Punto pode ser uma boa alternativa ao francês. Oferece um bom nível de conforto, mas não necessariamente a mesma quantidade de equipamentos. Já que sempre teve uma lista extensa de equipamentos, mas a maioria deles sempre como opcionais, então é difícil achar um desse realmente equipado. Mas com relação a manutenção, o italiano terá uma manutenção mais barata e fácil do que o Citroen.