China faz mais carro elétrico do que consegue vender e preços despencam

Com marcas locais brotando por toda parte, mercado chinês já se preocupa com concorrência muito forte.

A agressividade das fabricantes chinesas de carros parece ter chegado ao ponto de desafiar algumas lógicas. Com tantas marcas produzindo no país asiático, já falta para quem vender. As montadoras já não conseguiam aliviar todo o estoque em território local e agora estão com dificuldade também em escoar a produção mundo afora. Com tanta concorrência, os preços estão caindo e vão cair ainda mais.

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A China superou o Japão em 2023 e se tornou o maior exportador de carros do mundo. A preferência por carros elétricos parece ter pendido para o lado chinês. O motivo é o preço, mas é também a boa qualidade dos produtos. Foi-se o tempo em que carro chinês era de baixa qualidade e com cara de imitação de modelos europeus. Além disso, nenhum outro país do mundo investe tanto na eletrificação como a China. O país domina, também, as principais matérias-primas dos carros, como metais e produtos usados em baterias.

Por outro lado, a agressividade das montadoras chinesas pode causar um problema de curto prazo ao país. Com tantas marcas sendo criadas, fábricas sendo erguidas, a falta de clientes está tornando o carros itens muito baratos, ou seja, de baixo lucro e, consequentemente, produzindo pouco em impostos para o país.

Mais inteligente seria, segundo os economistas, a China produzir em menor escala e tornar o mercado mais sustentável e longevo. Se os preços caírem muito agora, tão cedo dificilmente eles voltariam patamares mais lucrativos.



Já do lado do consumidor, o momento é propício, sim, a comprar. É possível gastar menos, experimentar mais e sair trocando de modelo elétrico sem perder muito dinheiro no processo. Apesar de ser um comportamento mais verificado na Europa e EUA, os preços dos elétricos chineses também estão caindo no Brasil. O Caoa Chery iCar é um bom exemplo. Os carros usados já estão chegando perto dos R$ 80 mil aqui no Brasil.

A era de ouro de preços pode não durar muito. O governo da China se prepara para impor medidas para fabricantes locais e evitar a criação desordenada de marcas, como ocorre agora. Sem um controle, pode ser que a bolha estoure, gerando desemprego e perda de capitais no mercado chinês. Mas isso o governo chinês já sabe e está de olho.

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