A história de que a Volkswagen vai voltar a produzir um veículo com nome Gol não passa de uma história inventada pela Prefeitura de Taubaté, disse o CEO da empresa essa semana. A fábrica de Taubaté fabricará no ano que vem um novo modelo que deve ser um crossover do porte do Fiat Pulse. As declarações do CEO da Volkswagen, Ciro Possobom, foram dadas ao podcast CBN Autoesporte. A entrevista pode ser ouvida aqui.
A Volkswagen já havia confirmado esse mês uma nova rodada de investimentos no Brasil e isso contempla um novo modelo a ser produzido em Taubaté. Na semana do anúncio a Prefeitura de Taubaté tentou se adiantar à Volks e divulgou em rede social que a empresa voltaria a produzir um veículo chamado Gol na cidade. Uma lambança típica de ano eleitoral.
“O Gol em Taubaté vai ser a mesma coisa que a Grávida de Taubaté, que não era grávida coisa nenhuma. O Gol é um clássico, deixou muitos fãs, mas realmente não é (um novo Gol). Vai ser um carro muito legal que a gente vai lançar em breve, mas não vai ser o Gol”, disse Ciro Possobom.
O post da Prefeitura era tão audacioso que trazia até informações sobre duas versões e os preços. “Em torno de R$ 130 mil a R$ 150 mil”. Depois da repercussão a Prefeitura de Taubaté apagou a postagem e não voltou a falar sobre o assunto.
Sobre esse novo veículo que será produzido em Taubaté a Volkswagen ainda não deu muitos detalhes, mas já há algumas informações sobre o que se pode esperar.
O modelo deve ser uma retomada de um plano de 2012 da Volkswagen de criar um crossover posicionado acima do Polo e abaixo do Nivus. É o posicionamento hoje ocupado na concorrência por Fiat Pulse e Nissan Kicks, por exemplo. A chegada ao mercado será apenas em 2025.
Lá em 2012 esse modelo atendia pelo nome de Taigun. Chegou a ser apresentado no Salão do Automóvel e era construído sobre a plataforma do Up. Isso tudo mudou e o Up já nem existe mais desde 2021. Agora o projeto é concebido sobre uma plataforma mais moderna e também é improvável que receba o nome Taigun, pois o nome Taigun já foi usado para batizar o T-Cross na Índia. Esse modelo deve ter uma qualidade de acabamento superior ao que a empresa vem trazendo até aqui, segundo o CEO da empresa.
O CEO da Volkswagen também falou sobre os planos de eletrificação da marca no Brasil. Segundo ele, a empresa está focada em híbridos no momento, mas não vai eletrificar toda a linha. A preocupação da empresa, segundo ele, é que as novas tecnologias não encareçam os veículos para o mercado brasileiro. “Quanto mais tecnologia o preço vai subindo. Se o consumidor tem a necessidade de um carro híbrido, temos pra ele um carro híbrido, mas outro que não tem tanta condição e quer um flex, o flex é uma boa tecnologia, e nós temos esse carro pra ele. Toda a frota híbrida aumentaria muito o custo para os clientes, não é a solução”, disse Ciro.