Os carros movidos a células de hidrogênio estão sofrendo do mesmo problema que os carros elétricos a bateria sofreram há 20 anos. Ninguém quer comprar um carro sem infraestrutura adequada, e as empresas não querem investir em infraestrutura se ninguém comprar os carros primeiro.
A Honda decidiu que não há mais o que esperar e decidiu que é hora de apostar, assim como outras montadoras apostaram lá atrás nos elétricos. Com objetivo de zerar as emissões até 2040, a japonesa tem pressa.
Para isso, ela está atacando em duas frentes. Primeiro, criou o CR-V e:FCEV 2025, veículo movido a célula de combustível de hidrogênio e que em pouco tempo estará disponível para ser alugado na Califórnia, EUA.
A outra frente envolve, digamos, uma estratégia de consumo. A montadora quer incentivar a venda de veículos comerciais movidos a células de hidrogênio, partindo do princípio que as empresas vão aderir se o preço for bom.
A Honda, que fabrica de tudo, quer incentivar também o uso de máquinas de construção movidas a hidrogênio, o que daria um boom de mercado e incentivaria a construção da infraestrutura necessária também para os carros. Não dependeria da vontade de clientes pessoa física, mas de empresas do ramo, com mais dinheiro e com margem para apostas.
“Estamos fazendo isso para promover a economia do hidrogênio, porque alguém precisa fazer isso”, disse Jay Joseph, vice-presidente de Sustentabilidade e Desenvolvimento de Negócios da Honda, referindo-se ao amplo plano da empresa.
Neste artigo, explicamos a importância do motor movido a célula de hidrogênio e por que ele é o motor do futuro.
O curioso é que a empresa já está no ramo dos carros movidos a células de hidrogênio há duas décadas. Foi em 2003 que ela lançou o protótipo FCX. Dele surgiu o FCX Clarity e o Clarity Fuel Cell, de 2016, sempre subindo um ou mais degraus na escala da inovação.
A montadora nunca deixou de pensar no combustível e 8 anos depois resolveu transformar seu crossover bom de vendas CR-V em uma máquina do futuro.
O curioso é que ele é híbrido, já que possui bateria elétrica que dá autonomia de 47 quilômetros. Mas a grande diferença para os híbridos de hoje em dia é que neste CR-V sai o bloco do motor a combustão e entra o futuro, entra a célula de combustível de hidrogênio.
Se tudo der certo para a Honda, irá significar que deu certo para o modelo de negócios. E quem tem a ganhar com isso são os clientes e o planeta.