Se no Brasil eles ainda engatinham, os elétricos já dominam outros países, a ponto de já terem um exclusivo e bem abastecido mercado de usados. E é desse novo mercado que já podemos tirar as primeiras conclusões: como se comporta o preço do carro elétrico usado? A resposta pode preocupar muito comprador de carro zero.
Se comprar um carro elétrico novo não é um problema para quem tem vontade (e dinheiro), a revenda pode ser um problema e um prejuízo financeiro. Os modelos elétricos tem se mostrado muito desvalorizados no mercado de segunda mão americano.
A desvalorização pode chegar até a metade em 3 anos. Quem paga 30 mil dólares num elétrico hoje vai conseguir vender o modelo por 15 mil em 2026 já contando com a inflação, aponta o site americano preços de carros Black Book. Para veículos a combustão, o americano perde menos. Um carro de 30 mil dólares será vendido em 2026 por cerca de 20 mil dólares.
O principal motivo para uma desvalorização maior para o elétrico está na estruturação do mercado, que é bem recente. Até que ele atinja a maturidade, os preços ainda não são definitivos. Com o passar do tempo, os modelos novos estão ficando mais baratos e a cada corte de preços o mercado de segunda mão cai junto.
Recentemente, a Tesla baixou preços de seus modelos, o que gerou um efeito cascata. Um Tesla usado jamais poderia custar quase um novo e o dono foi obrigado a cobrar menos. Revendas e sobretudo compradores em atacado, como frotistas, estão reclamando para os quatro cantos que estão perdendo dinheiro no processo.
A tendência é que os preços continuem caindo pelos próximos anos, já que o mercado demora um pouco para atingir seu ponto de equilíbrio. Futuramente, os elétricos custarão o mesmo que um a combustão e aí, sim, os preços se tornarão estáveis.
E o Brasil? Aqui há uma tendência parecida. Os preços dos novos vão baixar com o tempo, empurrando o mercado de usados para um patamar ainda mais baixo. Mas aqui pode ocorrer um elemento a mais. Quando as montadoras começarem a fabricar modelos aqui, os preços vão realmente cair mais, então quem comprou um elétrico importado verá o valor do seu modelo virar quase fumaça.
Isso sem contar a dificuldade em autopeças, algo típico em solo brasileiro sobretudo para veículos importados. Sem peças de reposição, os modelos elétricos importados deverão sofrer do mesmo preconceito que os Renaults e Peugeots sofreram no Brasil durante os anos 90 e 2000. Revender um Renault importado era missão quase impossível.