Carro e inteligência artificial: o que ChatGPT e Bard sabem sobre carros?

Perguntamos sobre carros brasileiros e analisamos as respostas das duas mais populares ferramentas de inteligência artificial disponíveis

Testamos alguns conhecimentos sobre carros disponíveis nas ferramentas de inteligência artificial “Chat GPT” e “Google Bard”. Essas ferramentas coletam informações de fontes na internet e formulam respostas. O resultado não foi legal. Há imprecisão e até informações falsas no que é informado.

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Logotipos do ChatGPT e do Google Bard (imagem: reprodução)

O ChatGPT utiliza uma base de informação não atualizada em tempo real. Ele forneceu informações falsas para algumas perguntas, o que é preocupante. Quando a inteligência artificial é questionada sobre a origem das informações, a resposta é evasiva: “Minha resposta foi gerada com base em uma combinação de conhecimentos prévios. (…) Não fui capaz de acessar fontes específicas em tempo real durante a minha resposta.”

Já o Google Bard é um pouco mais honesto neste ponto e informa a fonte quando perguntado. Embora a ferramenta não tenha respondido nenhuma das três perguntas com informações 100% corretas.

Turboway fez perguntas aos sistemas de inteligência artificial e analisou as respostas. Veja:



Qual foi o último projeto da Gurgel?

Análise: a resposta do Google Bard é quase correta, excluindo a informação que o modelo “não foi um sucesso de vendas”. Na verdade o Motofour só teve um protótipo produzido e nem chegou a ser colocado para venda.

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A resposta do ChatGPT é totalmente incorreta. O BR-800 foi o primeiro projeto de um carro totalmente nacional da Gurgel e ficou no mercado entre 1988 e 1991. Depois a marca fez ajustes no modelo e lançou o Supermini, que ficou até 95 no mercado. A Gurgel encerrou totalmente suas atividades em 1996.

Qual a participação da marca Seat no Brasil?

Análise: a resposta do ChatGPT é confusa. A Seat lançou e vendeu veículos no mercado brasileiro entre 1995 e 2001. São exemplos o Seat Inca, o Córdoba e o Ibiza. Há uma mistura entre passado e presente, onde de fato não há uma linha disponível no mercado brasileiro.

A resposta do GoogleBard é falsa ao afirmar que “a popularidade da marca está crescendo no Brasil”. A marca não vende um carro por aqui desde 2002.

Qual foi o último ano de produção do VW Santana?

Análise: a afirmação do ChatGPT está correta. O fim do Santana no Brasil foi devido à queda da procura pelo modelo, que sofria com a concorrência que tinha veículos mais atualizados e com itens mais atraentes.

Já o GoogleBard neste caso mistura informações e cria uma resposta falsa. É verdade que o Santana saiu de linha em 2006, mas é falso que o motivo foi devido à crescente popularidade dos SUVs. Em 2006 o mercado de SUVs era ainda muito restrito à consumidores com maior poder aquisitivo, que não era o público do Santana. O único “aspirante a SUV popular” era a primeira versão do Ecosport.

O que acontece é que o nome Santana continuou sendo usado por um modelo da Volks no mercado chinês. Em 2021 a Volkswagen resolveu tirar o carro de linha porque as vendas haviam caído por lá e o motivo era a preferência dos consumidores por veículos SUV, exigindo que a Volks aposentasse o modelo para abrir espaço de produção para este tipo de veículo.

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