Uma queda abrupta nas vendas a partir do final do ano passado acendeu o alerta nos executivos da BYD. O problema principal vem do mercado alemão, o maior da região, que é o maior mercado automotivo da região. As informações são da agência Automotive News.
A presença de gigantes na região – como a alemã Volkswagen – não assustou os chineses. A estrategista da BYD na região é Maria Grazia Davino, executiva que a BYD foi buscar na Stellantis. Ao Automotive News, Maria disse que o foco da empresa é criar raízes na Europa para competir em pé de igualdade com as marcas tradicionais. É uma estratégia que a empresa também aplica no Brasil.

A BYD vem em uma crescente de vendas na Europa, mas ainda aquém de uma marca chinesa concorrente, a MG (do grupo Saic). Especificamente na Alemanha os números apontam em uma tendência inversa, com uma queda de 30% nas vendas. A resposta da BYD será o aumento do número de concessionárias e a construção de duas fábricas na região: uma na Hungria e outra na Turquia. A primeira começa a operar este ano e a segunda em 2026.
Outro ponto é que a BYD é especialmente focada em veículos elétricos. Possui híbridos na linha, mas não são apresentados como ‘carros-chefe’ da marca. Isso vai mudar na Europa.
Outras marcas já perceberam que manter linhas de automóveis 100% elétricas não é o caminho naquele continente neste momento. A Europa tem um plano a curto prazo de permitir apenas a venda de elétricos, mas isso deve ser revisto. A Fiat, por exemplo, já reviu sua estratégia com o Fiat 500, que na versão atual foi pensado para ser apenas elétrico. As vendas decepcionaram e a fábrica que monta o 500e estava produzindo menos do que era esperado. A marca então redesenhou o projeto para que o 500 seja também híbrido.
Mudanças na Europa
Nesse sentido a BYD fará mudanças em sua linha europeia. Vai adicionar híbridos ainda este ano. Serão 3 novos modelos.
O próximo lançamento, no entanto, ainda é um 100% elétrico. Um SUV menor do que os modelos que já estão rodando por lá. A lógica disso está em pesquisas da marca que dizem que os europeus estão preferindo carros menores. Quem chega para esta missão é o Atto 2, que no Brasil é vendido como “Yuan Pro”.
O Atto 2 tem 4,31 metros de comprimento, mas tem modificações no porta-malas. Enquanto o Yuan Pro tem um porta-malas de 265 litros, o Atto 2 é uma versão que leva 400 litros. A diferença que permitiu esse aumento de capacidade está no compartimento do estepe. Na Europa os modelos adotaram o pneu run flat, dispensando o estepe.
O Atto 2 desenvolve 177 cavalos de potência e 29,5 kgfm de torque. A bateria é de 45,1 kWh e a autonomia é de cerca de 312 km.