Após mais de um ano sem fábrica no país a Audi retomou a atividade na unidade de São José dos Pinhais, no Paraná. Agora são montados por lá o Audi Q3 e o Audi Q3 Sportback.
Desde 2021 a Audi estava apenas importando seus modelos da Hungria. O anúncio da retomada foi feito nesta quarta-feira (29) em um evento com políticos.
O que esses políticos não destacaram é que agora a empresa optou por uma operação enxuta, um sistema diferente de produção, que apenas monta o carro no Brasil, não necessitando de uma cadeia de fornecedores e equipamentos mais sofisticados, como era até 2020.
Essa é a característica do sistema SKD (Semi Knock-Down) que consiste em fabricar o veículo de fato em uma unidade matriz e ter uma outra unidade que apenas realiza a montagem.
Assim, os novos Audi Q3 e Q3 Sportback são pré-produzidos em uma unidade na Europa e enviados desmontados ao Brasil. Na fábrica do Paraná um time reduzido de funcionários realiza a montagem. A fábrica emprega agora 200 pessoas que trabalham em dois turnos.
Dívida do governo motivou paralisação
A Audi encerrou a atividade na fábrica do Paraná em dezembro de 2020. O principal fator para isso é que a empresa cobra do Governo Federal uma dívida de R$ 200 milhões.
Essa dívida se refere aos créditos do IPI, imposto aplicado aos fabricantes, que diz respeito às metas cumpridas pela montadora no antigo programa Inovar-Auto. A empresa deveria ter esse crédito disponível, mas o governo não honrou o compromisso até 2021.
Recentemente a empresa teve um aceno do governo de que poderia utilizar esse crédito, mas ainda não é um posicionamento definitivo.
Fato é que o momento é crucial para a Audi decidir o que será de sua unidade no Brasil.
Em 2026 a empresa pretende eletrificar todos os seus lançamentos na Europa. Até lá a empresa precisa decidir qual será seu destino no Brasil: se retomará a produção local plena com um veículo convencional, à combustão. Ou se investe na fábrica para construir aqui seus veículos elétricos.