C4 Cactus é o único veículo de passeio da empresa em produção e comercialização atualmente pela Citroën no Brasil.
Desde o início deste ano os concessionários da Citroën têm apenas um produto para oferecer para seus clientes não comerciais: o C4 Cactus. Isso aconteceu porque ao passar para os domínios do grupo Stellantis, que agregou os grupos Peugeot e Fiat, os executivos da marca viram a chance de remodelar a linha, já que a Citroën patina há anos no mercado nacional.
Após aposentar o C3 e o Aircross, a marca ficou apenas com o SUV Cactus em produção em sua fábrica no Rio de Janeiro. O plano era que o Cactus “segurasse as pontas” até o lançamento do novo C3 agora em setembro. Porém o mercado automotivo passa por uma crise de falta de peças eletrônicas e isso tem adiado projetos. Agora o C3 ficou para abril de 2022. Vale citar que além do Cactus a Citroën vende a linha de furgões Jumpy para clientes comerciais.
Enquanto isso a Citroën se desdobra com o que tem na mão. Enquanto o carro tem as versões convencionais disponíveis, a empresa vem lançando séries especiais, como o Cactus Rip Curl e agora o Cactus X-Series. A estratégia vai indo bem, já que a o Cactus foi o 24º veículo mais vendido no país em agosto. E olha que já fazia tempo que a Citroën não ocupava nem o Top50 de vendas. Ultrapassou, por exemplo, o Chevrolet Tracker, que já foi Top10 e sua fábrica agora sofre com a falta de peças.
Cactus X-Series
O Cactus X-Series, que está sendo lançado esse mês, terá 600 unidades produzidas e está sendo vendido por R$ 106.990,00. O carro tem detalhes em bronze na pintura externa, rodas pretas de liga leve e no interior acabamento especial com central multimídia inclusa.
O motor é o 1.6 automático, que rende 118cv de potência e ainda o modo Sport de condução, com respostas mais rápidas do motor. Acessórios das versões mais caras do Cactus também estão na versão, como o piloto automático e os bancos em couro.
Nova fase, novo C3
A Citroën sempre funcionou em conjunto com a irmã Peugeot no Brasil. As marcas foram grandes novidades nos anos 2000 e a Citroën inclusive fez um grande trabalho em marketing, inclusive participando de ações históricas em novelas da TV Globo e contratando uma estrela internacional para estrelar uma campanha.
Com o tempo as duas marcas francesas foram caindo nas vendas, o que se atribui ao trabalho de pós-venda que não agradou o consumidor. As marcas francesas foram então ficando em segundo plano e hoje vendem menos do que a Caoa Chery, montadora bem mais nova a se instalar no Brasil.
A fase ruim é algo que a Stellantis quer afastar e para isso colocou a Citroën sob a tutela da Fiat no Brasil. Quando os grupos Fiat e Peugeot formaram a Stellantis, os executivos da empresa entenderam que a Fiat já faz um trabalho de liderança no país e, na prática, colocou o time da equipe italiana para liderar a operação brasileira.
Isso significa que as marcas terão marketing agressivo e poderão adotar soluções das marcas do grupo para avançar no mercado brasileiro. Um exemplo é o C3, que atrasou, mas pode ser o primeiro Citroën com motor 1.0 desenvolvido pela Fiat (e que equipa o Fiat Pulse). O C3 novo será conhecido ainda este mês, porque ele chegará antes na Índia, e deve ser um carro de entrada compacto mais sofisticado do que o Fiat Argo, por exemplo.
É esperar para ver se a Stellantis conseguirá reerguer a Citroën no Brasil e afastar os problemas que até outro dia rondavam o nome da empresa junto ao consumidor local. Enquanto isso o Cactus continua se desdobrando para atrair compradores e provar que vale a pena.