País vai receber centro voltado a países emergentes, que devem ser os últimos a receber elétricos em massa.
A Volkswagen anunciou que o Brasil irá receber um novo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Biocombustíveis, responsável por estudar soluções baseadas em etanol e outros biocombustíveis para mercados emergentes.
A Volkswagen admite uma certa demora na eletrificação da frota de países considerados hoje emergentes – e isso inclui o Brasil. O investimento é uma prova de que para estes locais o carro elétrico será um investimento a longuíssimo prazo.
A montadora estima que entre 2033 e 2035 irá eliminar gradualmente a produção de veículos a combustão na Europa. Nos EUA e China, isso deve demorar alguns anos mais. E em mercados emergentes como o Brasil ‘pode demorar ainda mais para se tornarem completamente elétrico’, afirma o grupo alemão.
Os fatores para a demora, segundo a Volkswagen, são a indisponibilidade de infraestrutura de carregamento, energia renovável e o nível de renda local. Imaginando isso, o uso dos biocombustíveis será posto em prática para que a empresa se torne neutra em carbono até 2050, conforme ela prometeu ao aderir ao Acordo de Paris.
O Brasil saiu na frente no uso dos biocombustíveis há décadas, ao apostar no etanol como alternativa viável. Atualmente, cerca de 85% dos veículos emplacados no país possuem motor flex, contra 2%, em média, de eletrificados.
Será responsabilidade do novo centro de P&D criar um motor híbrido com uso eficiente de etanol. Até 2030, os biocombustíveis podem suprir 72% da demanda total de combustíveis do país apenas com a otimização da atual quantidade de pastagens de cana de açúcar, que ocupa atualmente apenas 1,2% do território brasileiro.
“Sediar aqui no Brasil o novo Centro de P&D para etanol e outros biocombustíveis nos coloca em evidência no mundo Volkswagen. Poder liderar, desenvolver e exportar soluções tecnológicas a partir do uso da energia limpa dos biocombustíveis se caracteriza como uma estratégia complementar às motorizações elétrica, híbrida e à combustão a mercados emergentes é um reconhecimento enorme para a operação na América Latina”, afirma Pablo Di Si, presidente e CEO da Volkswagen América Latina.