Não começou hoje, mas as siglas automotivas nunca estiveram tão em evidência como agora. Se antes elas serviam mais para indicar versões e pequenos detalhes, hoje estão em todos os catálogos e descritivos de carros zero quilômetro. Mas afinal, o que é ACC, AEB, APA, PDS, ADAS e etc? Vamos explicar.
A indústria automotiva não decidiu usar as siglas apenas por chatice. Elas servem para padronizar os termos técnicos e organizar o mercado, especialmente porque a maioria destes sistemas é desenvolvida por empresas parceiras e só depois integrada aos carros.
Imagina a Volkswagen encomendar uma ‘peça que ajusta a velocidade do carro conforme o tráfego à frente’ para fornecedores chineses e americanos. Imagina se na tradução o parceiro chinês entenda diferente e entregue algo errado? Basta padronizar e reduzir termos complexos e frases longas a siglas, não concorda?
O problema é que se isso parece simples para a indústria, acaba que para o consumidor tudo vira uma sopa de letrinhas. A confusão só piora se o cliente for menos experiente no ramo – ou da velha guarda mais acostumada com a simplicidade do encher o tanque e virar a chave.
O que é ADAS no carro?
Para entender o mar de siglas automotivas, a primeira delas a se saber é a ADAS, pois ela é a mãe de todas as siglas atuais. ADAS é um acrônimo para Advanced Driver Assistance System, ou Sistema Avançado de Assistência ao Condutor. Deste conjunto de sistemas que ajudam na navegação e na segurança saem todas as siglas.
ACC – (Adaptive Cruise Control): Essa é a sigla mais comum e mais conhecida do mercado. Este sistema é uma evolução do piloto automático, pois além de manter a velocidade sem a necessidade de usar o pedal, ele ajusta a velocidade do carro conforme o tráfego à frente, por meio de sensores.
Por que é útil? É ótimo para viagens longas em rodovias, pois reduz a fadiga do motorista e mantém uma condução mais segura e confortável. Ele resolve uma questão que os pilotos automáticos não fazem: e se o motorista da frente diminuir a velocidade e eu começar a me aproximar de mais? O ACC calibra tudo pra você.
AEB (Autonomous Emergency Braking): Essa é a sigla internacional para o sistema de freio automático. Ele pode ser chamado também de AEBS, sendo o S para System. O carro usa sensores e radares para enxergar o que vem pela frente. Se houver um obstáculo (pode ser um pedestre ou um carro que freou de repente), ele te avisa e também freia para reduzir o impacto.
Por que é útil? Imagina alguém te avisar ou até mesmo começar a frear por você e evitar o pior?
LDW (Lane Departure Warning): O assistente de permanência na faixa nada mais é do que o carro ficar naquela faixa de rolamento por você, corrigindo o seu volante, caso você comece a sair da faixa sem ter dado seta. Pode ser um aviso sonoro, uma luz no painel ou mesmo uma correção na direção, por meio de outra sigla o LKA (Lane Keeping Assist).
Por que é útil? Ele ajuda a evitar acidente por distração e sono, já que muitos alertas são sonoros e podem acordar o condutor.
PDS (Pedestrian Detection System): O sistema de detecção de pedestres também usa sensores para identificar o mundo ao redor. O foco aqui é em pessoas ou bicicletas que eventualmente cruzem o caminho. Em caso de risco de colisão, ele emite alerta e em último caso aciona os freios. É um pouco mais avançado que o sistema de frenagem automática, porque o foco é em alvos menores.
Por que é útil? Porque salva vidas, principalmente em áreas densamente povoadas, onde a qualquer momento um ciclista ou um pedestre pode cruzar o caminho.
APA (Automatic Parking Assist): O assistente de estacionamento é muito admirado e virou sonho de muito motorista, especialmente aqueles que não gostam muito de manobrar. Basicamente, o carro assume o controle da direção para estacionar o veículo para você. Há aqueles em que você apenas usa os pedais enquanto ele vira o volante e, em versões mais avançadas, o carro faz tudo por você.
Por que é útil? Porque facilita a vida de quem convive com estacionamentos apertados e não gosta muito de manobras.